R.B. 1/JUL/09 "Brincar com bombinhas"

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R.B.

"Brincar com bombinhas"

São Paulo, 1 de julho de 2009 (QUARTA-FEIRA).
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Mercados:

HOJE
- A BOVESPA deve subir, seguindo a melhora do ''humor'' nas demais bolsas mundiais, porem deve-se ressaltar que, como a demanda, e não a especulação, pelas commodities não aumentará de forma significativa, no segundo semestre deste ano a bolsa brasileira provavelmente não terá um desempenho tão auspicioso como no primeiro semestre, quando alias avançou 37,1%.
- O DÓLAR pode cair, com ''boas chances'' de fechar o ano próximo dos R$ 1,85, acompanhando a gradativa melhora das economias mundiais e principalmente influenciado pela manutenção do fluxo positivo de recursos externos, diante das boas perspectivas para a economia brasileira.

ONTEM
- BOVESPA -1,3% (-3,2% em JUN/09 e 37,1% no primeiro semestre), abriu em alta, para na máxima avançar 0,6%, porem, com bom volume de negócios (R$ 5,1bi), passou a cair ainda na parte da manhã, seguindo a piora do ''humor'' nas bolsas de NY, diante da divulgação de um rol de números desfavoráveis da economia norte-americana.
- DÓLAR 0,1% à R$ 1,96 (-0,6% em JUN/09 e -15,9% no ano), abriu em queda, para na mínima atingir R$ 1,93, porem, em mais um pregão marcado pela forte volatilidade, passou a subir ainda na parte da manhã, para na máxima atingir R$ 1,97, pressionado pelos leilões de compra do BC e pela piora do ''humor'' na Bovespa.
- Na ÁSIA, sem uma tendência única, JAPÃO 1,8%, beneficiada por papéis do setor de energia, mesmo após o anuncio de que a taxa de desemprego atingiu 5,2% em MAI/09, o que representa o maior patamar desde SET/03, CHINA -0,5%, pressionada pela queda nos papéis do setor bancário, com a mudança dos investidores para ações de seguradoras e corretoras e CORÉIA 0,1%, com baixo volume de negócios, já que a realização de lucros foi compensada pelas compras destinadas à recomposição de carteiras.
- Na EUROPA, revertendo uma abertura positiva, pressionadas pelos receios com a economia norte-americana e pelo anuncio de que a economia do Reino Unido encolheu -2,4% no primeiro trimestre deste ano, o que representa o maior retrocesso da economia britânica desde 1958, INGLATERRA -1,0% (-3,8% no mês e 8,2% no segundo trimestre), FRANÇA -1,7% (-4,2% no mês e 11,9% no segundo trimestre) e ALEMANHA -1,6% (-2,7% no mês e 17,7% no segundo trimestre), com destaques de queda para papéis de bancos e de petrolíferas, como Deutsche Bank (-2,9%), Société Générale (-2,3%), BP (-1,3%) e Total (-2,8%).
- Nos EUA, também revertendo uma abertura positiva, S&P -0,8%, DJ -1,0% e NASDAQ -0,5%, prejudicas principalmente pela inesperada queda do índice de confiança, que ficou em 49,3pts em JUN/09 ante 54,8pts em MAI/09.
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Economia:

Aumentando a lista daqueles que ''apostam'' que ''o pior já passou'', Aloísio Campelo Junior, coordenador do Núcleo de Pesquisas e Análises Econômicas da FGV, afirmou que, após a freada de vendas no final do ano passado em decorrência do agravamento da crise internacional, o ciclo de ajuste de estoque da indústria de transformação chegou ao fim e, com o reforço da demanda interna, o passo seguinte será em direção do aumento do ritmo de produção.

Corroborando com a opinião do governo brasileiro, ontem o Banco Mundial assegurou que a crise econômica chegará ao fim com a recuperação das economias emergentes, ressaltando também que o padrão gráfico da crise é um V, e não um L, ou um W, que seriam casos ainda piores, e que os indicadores econômicos mais recentes já mostram sinais de "estabilização".

Dando novos sinais de recuperação da economia brasileira, (1) MAI/09 a produção industrial de SP subiu 0,9% na comparação com ABR/09 e (2) em JUN/09 o Índice de Confiança da Indústria apresentou uma alta de 4,8% sobre MAI/09, o que representa o sexto avanço consecutivo.

- O Bradesco caiu -0,7% e o Banco do Brasil recuou -0,6%, mesmo após anunciarem que ganharam R$ 3,4bi com a venda de uma parcela de sua participação na Visanet.
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Política:

Ontem, em uma péssima hora, já que o Brasil tenta sair de uma enorme crise financeira mundial, a comissão especial da Câmara dos Deputados aprovou a redução da jornada de trabalho, de 44 horas para 40 horas semanais, e o aumento do valor da hora extra, de 50% do valor normal para 75%.

Por uma questão de bom senso, a bancada do PT no Senado, apesar das recomendações de Lula, está dividida quanto ao apoio à Sarney, presidente da Casa, e ontem, depois de cerca de quase 3 horas de reunião, o partido acabou fechando uma proposta semelhante àquela apresentada à tarde ao próprio presidente pelo PSDB, que ponderou sobre a necessidade de afastamento do ''coronel'' peemedebista.
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Crítica:

No começo, por volta de 1958, era um privilégio e uma responsabilidade para poucos, na maioria das vezes o operador de pregão era um diretor da corretora, nos meados de 1990 a Bovespa chegou a ter mais de 1.500 operadores no pregão viva-voz, porem na virada do milênio, com a entrada de novas tecnologias e o aumento do volume e principalmente do número de negócios, a profissão entrou em decadência e ontem, em uma festa cheia de nostalgia, a BM&FBovespa teve seu ultimo pregão viva-voz da história.

Isolada da comunidade internacional por ter um ditador que gosta de ''brincar com bombinhas'', a Coréia do Norte passa por uma situação alimentar crítica, particularmente para as crianças, pois a ajuda ao regime comunista diminuiu desde o teste nuclear em MAI/09 e, para piorar, o maluco Pyongyang ordenou a diminuição das operações da agência da ONU no país.
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PAZ, amor e bons negócios;
Alfredo Sequeira Filho
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