R.B. 15/JUL/09 ''A estatura e o poder''

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R.B.

"A estatura e o poder"

São Paulo, 15 de julho de 2009 (QUARTA-FEIRA).
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Mercados:

HOJE
- A BOVESPA pode subir, tentando uma recuperação após fechar no menor patamar desde 13/MAI/09, influenciada pela melhora do ''humor'' externo e pelo sinais, cada dia maiores, de que a economia brasileira está se recuperando rapidamente da crise financeira mundial.
- O DÓLAR pode seguir em queda, ainda com ''boas chances'' de fechar o mês abaixo dos R$ 1,95, influenciado pela perspectiva de aumento na entrada de recursos externos, principalmente diante das ofertas públicas de ações, como Light, MRV, Perdigão e Hypermacas, que usualmente tem forte participação de capital estrangeiro.

ONTEM
- BOVESPA -0,6%, abriu em alta, para na máxima avançar 0,7%, porem passou a cair ainda na parte d amanhã, para fechar em baixa pela sétima vez em 9 dias úteis deste mês, desta vez influenciada negativamente pelo recuo do preço das commodities, como o petróleo (-0,3%), que aliás já despencou -20% desde o final de JUN/09.
- DÓLAR -0,6% à R$ 1,96, já abriu em queda e, apesar da instabilidade na Bovespa e dos leilões de compra do BC, manteve a trajetória descendente ao longo de todo pregão, influenciado pelo forte recuo do risco-Brasil (-4,5%).
- Na ÁSIA, seguindo o bom desempenho das bolsas de NY no dia anterior, JAPÃO 2,3%, a primeira alta após uma seqüência de 9 pregões consecutivos de baixa, com destaques de alta para ações das corretoras, como Nomura Holdings (6,9%), CHINA 2,1%, no maior patamar em 13 meses, com destaques de alta para as exportadoras, diante da desvalorização da moeda local frente ao dólar e CORÉIA 0,5%, com destaque positivo para as ações da siderúrgica Posco (2,3%), após a empresa divulgar uma previsão otimista para seus resultados no segundo semestre.
- Na EUROPA, após a agencia de estatísticas Eurostat revelar que a produção industrial do continente registrou em MAI/09 uma expansão de 0,5%, que aliás foi o primeiro resultado positivo desde AGO/08, INGLATERRA 0,8%, FRANÇA 1,0% e ALEMANHA 1,3%, com destaques de alta para as ações de bancos, como Barclays (1,2%), BNP (3,1%), Deutsche (2,6%) e Société (2,5%), após o Goldman Sachs anunciar um resultado trimestral melhor que o previsto nos EUA.
- Nos EUA, impulsionadas pela divulgação de resultados corporativos melhores do que o esperado, como da Goldman Sachs e da Johnson & Johnson, S&P 0,5%, DJ 0,3% e NASDAQ 0,4%, também beneficiadas pelo anuncio de que as vendas no varejo, influenciadas principalmente por uma melhora nas vendas do setor automobilístico, tiveram um avanço de 0,6% em JUN/09, o que aliás foi o maior resultado dos últimos 5 meses.
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Economia:

Acreditando que, depois da crise financeira global, o mundo será diferente e a dinâmica da economia mundial será outra, Mantega, ministro da Fazenda, deixou a modéstia de lado ao ''aconselhar'' os países desenvolvidos a seguirem o modelo econômico dos países emergentes, com maior equilíbrio nas contas públicas e nas contas externas e alguma participação do Estado, além de maior regulamentação financeira e dos bancos públicos.

Respondendo indiretamente à um relatório da Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico, que afirmou que a economia brasileira teve um desempenho melhor que a da maioria dos países durante a crise financeira, mas deve precisar de mais cortes de juros até o fim do ano para se recuperar efetivamente, Meirelles, presidente do BC, ressaltou que a taxa básica de juros é fixada de forma adequada às condições de mercado e pode continuar caindo.

Após ressaltar que o investimento público é a ferramenta mais eficaz na recuperação da economia, já que tem efeito direto sobre a demanda final de bens e serviços, Luciano Coutinho, presidente do BNDES, ponderou que esse processo requer a execução prévia de estudos de qualidade.

Como fruto da cautela dos investidores diante da crise econômica mundial, no primeiro semestre de 2009 o mercado brasileiro de fusões e aquisições de empresas apresentou um volume de negócios -26% menor que no mesmo período de 2008, porem o destaque positivo foi a participação estrangeira, que foi responsável por 39% das operações ante 26% nos 6 primeiros meses de 2008.

Dando novos sinais de recuperação da economia interna, (1) em MAI/09 as vendas do comercio varejista foram 0,8% maiores na comparação com ABR/09 e 4% superiores na comparação com MAI/08, (2) em JUN/09 a inadimplência no comércio caiu -22,67% na comparação com MAI/09 e (3) em JUL/09, numa seqüência de alta iniciada em ABR/09, o Índice de Confiança do Consumidor paulista atingiu a marca de 139,8pts, o que é o mesmo patamar de SET/08, período anterior ao agravamento da crise internacional.
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Política:

Começando a abrir seu ''pacote de bondades'' já de olho nas eleições presidenciais de 2010, ontem Lula confirmou que negocia com centrais sindicais e políticos um aumento acima da inflação para os cerca de 8 milhões de aposentados e pensionistas do INSS que recebem benefícios acima do salário mínimo.

Ontem foi mais um ''dia duro'' para Sarney, já que (1) sua fundação foi acusada de repassar recursos de patrocínio cultural provenientes da Petrobras para a empresa de um dos diretores da própria entidade, (2) seu filho Fernando Sarney foi indiciado pela Polícia Federal por corrupção e formação de quadrilha e (3) foi revelado que 2 ONGs da sua família obtiveram, desde 2003, pelo menos R$ 3 milhões de patrocínio de empresas estatais federais.

Mostrando que na política ''tudo é possível'', ontem, durante uma visita à pequena cidade de Palmeira dos Índios, no interior de Alagoas, Lula fez elogios de sobra a Collor, que ao que tudo indica em 2010 será candidato ao governo do estado com o apoio do petista.
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Crítica:

Indicando que o imperialismo e o conservadorismo ainda tem sua vez nos EUA, Liz Cheney, filha mais velha do ex-vice-presidente americano Dick Cheney, emergiu como uma crítica enérgica de Obama ao defender os métodos de tortura nos interrogatórios de supostos terroristas avalizados pelo pai durante o governo Bush e ao afirmar que o presidente democrata diminuiu ''a estatura e o poder'' dos EUA perante o mundo e que com isto incentiva os inimigos do país.
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PAZ, amor e bons negócios;
Alfredo Sequeira Filho
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