R.B. 2/JAN/09 ''Coral ensaiado''

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R.B.

"Coral ensaiado"

São Paulo, 2 de janeiro de 2009 (SEXTA-FEIRA).
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Mercados:

HOJE
- A BOVESPA pode subir, com ''boas chances'' de fechar o ano próxima dos 60.000pts caso (1) a desaceleração da economia domestica seja menor do que o esperado e (2) a economia mundial de sinais de recuperação.
- O DÓLAR deve cair, com ''boas chances'' de fechar ano abaixo dos R$ 1,80 já que, alem do provável bom desempenho da economia interna e da recuperação das demais economias do mundo, a taxa real de juros brasileira continuará muito atraente aos ''investidores'' externos.

TERÇA-FEIRA
- BOVESPA 1,3%, já abriu em alta e, seguindo a recuperação das bolsas de NY, manteve a trajetória positiva ao longo de todo pregão, com baixo volume de negócios (R$ 2,6bi), para fechar o ano acumulando retração de -41,2%, o que representa o pior desempenho desde 1972 (-44,4%).
- DÓLAR -3,3% à R$ 2,33, já abriu em queda e, pressionado pelos leilões de venda do BC e seguindo o ''humor'' positivo das bolsas mundiais, manteve a trajetória negativa ao longo de todo pregão, para fechar o ano acumulando uma valorização de (31,3%), interrompendo 5 anos consecutivos de queda para apresentar a maior alta percentual desde 2002 (52,3%).

QUARTA-FEIRA
- Na ÁSIA, com os mercados financeiros locais encerrando o pior ano de suas histórias, JAPÃO e CORÉIA permaneceram fechados devido a feriados locais e CHINA -0,7%, acumulando no ano a maior desvalorização entre os grandes índices globais de ações (-65,1%).
- Na EUROPA, fechando um ''ano negro'', no qual os mercados acumularam as piores perdas desde 1930, INGLATERRA 0,9% (-45,1% no ano), FRANÇA 0,3% (-42,7% no ano)e ALEMANHA 0,4% (-40,1% no ano), após uma sessão de poucos negócios devido ao feriado de Ano Novo, com destaques de queda para empresas produtoras de matérias-primas e para bancos.
- Nos EUA, animadas pela redução dos pedidos de seguro-desemprego no país, S&P 1,4%, DJ 1,2% (-33,8% no ano) e NASDAQ 1,7% (-40,5% no ano), porém, atingidas pela crise financeira global, com Wall Street fechando um dos piores anos de sua história.
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Economia:

A crise de crédito nos EUA fez a economia mundial entrar em recessão no ano passado, com isto 99% das previsões para Ibovespa foram desastrosas, porem, diante do bom desempenho da economia interna, o mercado de ações brasileiro, que acumulou uma retração de -41,2%, foi o que registrou a menor queda em suas cotações em 2008 entre os países do chamado grupo Bric, que alem do Brasil inclui Rússia (-72,4%), Índia (-52,3%) e China (-65,1%).

Diante dos ''temores'' de que em 2009 a economia brasileira, afetada pelos ''problemas externos'', tenha um desempenho muito pior do que em 2008, em DEZ/08 o Índice de Confiança da Indústria caiu para 74,7pts, o que representa seu ponto mais baixo desde OUT/98.

Acompanhando o desenvolvimento do mercado financeiro brasileiro, em 2008, apesar dos ''problemas externos'', o setor de seguros e resseguros deve acumular um faturamento de cerca de R$ 100bi, o que representará um aumento de 18% na comparação com 2007.

Influenciada pela crise global da crédito e pressionada alta do dólar e pelo elevado patamar da taxa de juros, em NOV/08 a inadimplência das empresas brasileiras foi 28,2% maior do que em NOV/07 e 13,9% superior a OUT/08, porem na comparação entre os 11 primeiros meses de 2008 e o mesmo período de 2007 a alta acumulada é de apenas 2,1%.

Mostrando um lado positivo da disparada do dólar, que subiu 46% nos últimos 3 meses de 2008, economistas e representantes do setor produtivo projetam uma onda de substituição de importações por produtos nacionais que, com a moeda norte-americana acima de R$ 2,00, trará um ganho de até US$ 34bi por ano para a indústria brasileira.
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Política:

Legislando à favor dos consumidores, no ultimo dia do ano Serra, governador de SP, regulamentou a lei que cria o cadastro para o bloqueio de ligações de telemarketing, no qual os usuários de telefonia fixa e móvel do Estado poderão preencher um formulário no site do Procon ( www.procon.sp.gov.br ) solicitando o bloqueio das ligações indesejadas.

Ontem foi o dia da posse dos prefeitos eleitos e, como que em um ''coral ensaiado'', cerca de 90% dos prefeitos das principais capitais brasileiras, já ''de olho'' na crise financeira internacional, tomaram posse com o anúncio de medidas de redução de gastos e de maior austeridade fiscal.

Tentando uma aproximação inédita, o petista Luiz Marinho, novo prefeito de São Bernardo do Campo, afirmou que tem "simpatia política" pelo democrata Kassab, prefeito reeleito de SP, e defendeu que o colega lidere um processo de articulação de prefeituras da região metropolitana com os governos estadual e federal.
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Crítica:

Afirmando que os banqueiros sentem ''remorso'' pela crise de crédito e que a "raiz'' do problema foi o uso generalizado de produtos financeiros, que eram muito arriscados, Win Bischoff, presidente do Citigroup, disse que ele e outros altos executivos do Citigroup não terão bônus em 2009.

Sem admitir, apesar das provas contrárias, que está cometendo um massacre contra a Palestina, já que até escolas são bombardeadas, Tzipi Livni, a chanceler israelense, justificou a decisão de rejeitar a proposta de trégua de 48 horas em Gaza apresentada por Paris dizendo que o acordo não é necessário, já que segundo ela não há crise humanitária na região.
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PAZ, amor e bons negócios;
Alfredo Sequeira Filho
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