R.B.
"Cada dia mais tapada e alienada"
São Paulo, 9 de junho de 2015 (TERÇA-FEIRA).
Mercados e Economia:
Hoje (1) a BOVESPA deve subir, tentando retornar à sua trajetória de alta, influenciada pelo esperado anúncio do pacote de concessões de obras de infraestrutura pela presidenta Dilma e (2) o DÓLAR seguir em queda, acompanhando a esperada melhora do "humor" na bolsa brasileira e influenciado pelo fluxo positivo de recursos externos.
Ontem, no BRASIL, (1) a BOVESPA caiu –0,3%, com baixo volume de negócios (R$ 5,0bi), para fechar o dia no menor patamar do mês (aos 52.809pts), acompanhando as perdas das principais bolsas mundiais e diante da divulgação de novos dados negativos da economia brasileira e (2) o DÓLAR caiu –1,2% à R$ 3,11, acompanhando a trajetória internacional da moeda norte-americana, em um movimento de ajuste após a forte alta da sexta-feira e também influenciado pelas previsões de fluxo positivo de recursos externos, diante da Selic mais alta e das captações corporativas no exterior que vêm sendo anunciadas.
Também ontem, nas principais bolsas (1) da ÁSIA, sem uma tendência única, Japão –0,1%, a quarta queda seguida nas últimas 5 sessões, desta vez com destaque negativo para as ações da Dentsu (-3,7%), após a empresa divulgar uma queda anual de -3,7% das vendas em MAI/15 e China 2,2%, diante de expectativas dos investidores para o anúncio de reformas no sistema financeiro ainda neste mês e para a adoção de mais estímulos à economia do país, (2) da EUROPA, Inglaterra –0,2%, França –1,3% e Alemanha –1,2%, influenciadas negativamente pela ausência de uma solução para o impasse entre a Grécia e seus credores e pelo resultado da eleição nacional na Turquia, onde o partido governista AKP perdeu a maioria parlamentar pela primeira vez em 13 anos, o que aumenta o clima de incerteza política no país e (3) dos EUA, S&P –0,6%, DJ –0,5% e NASDAQ –0,9%, acompanhando as perdas das bolsas europeias, com destaques de queda para as ações do setor de tecnologia e com os investidores mantendo seu foco na perspectiva de uma alta nos juros mais adiante neste ano.
Cada dia mais pessimista, o "mercado" elevou pela oitava semana consecutiva suas "apostas" para o IPCA deste ano, desta vez de 8,39% para 8,46%, e piorou mais uma vez, agora de –1,27% para –1,30%, suas projeções para o desempenho do PIB brasileiro neste ano de 2015, o que acompanha uma piora significativa na previsão para a produção industrial, que saiu de queda de -2,80% para baixa de -3,20% no mesmo período.
Segundo um estudo coordenado por Rita Ramalho, economista do Banco Mundial, o excesso de burocracia é um dos principais entraves ao desenvolvimento do Brasil, o que coloca o país no 120º lugar, entre 189 economias pesquisadas, em um ranking de competitividade que mede a facilidade de se fazer negócios.
Em meio a uma série de medidas de austeridade para equilibrar as contas do Governo e diante da previsão de que o PIB deve recuar -1,3% este ano, o que será o pior resultado em 25 anos, o anúncio do pacote de concessões de obras de infraestrutura previsto para hoje parece ser a última forte cartada do governo Dilma para retomar o crescimento do país e resgatar o apetite dos investidores.
Dando mais um sinal negativo da economia brasileira, em MAI/15, mesmo com até a TV Globo fazendo matérias, obviamente pagas, para ressaltar "a importância do cheirinho de carro novo", as vendas de veículos novos caíram -27,5% na comparação com MAI/14, o que representa o pior resultado dos últimos 8 anos.
Ajudando a piorar ainda mais a competição no setor bancário brasileiro, que fica cada dia mais concentrado nas mãos de poucos, e a aumentar os índices de desemprego no país, ontem o banco britânico HSBC confirmou um novo plano estratégico que inclui, entre outras ações, o encerramento de suas atividades no Brasil e a demissão de cerca de 50 mil funcionários em todo o mundo.
Ressaltando que o combustível para voos domésticos representa até 40% do custo das companhias aéreas no Brasil, ante 30%, em média, no restante do mundo, a Iata, associação que representa 257 companhias aéreas no mundo, ontem criticou o preço do combustível de aviação no Brasil, que é o segundo mais caro do mundo, atrás apenas do Maláui, país no sudeste da África.
Beneficiada pelo crescimento de 260% nas exportações de petróleo para a China, que aliás de tudo que compra do Brasil apenas 5% é manufaturado, a balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 1,97bi na primeira semana de JUN/15, que teve apenas 4 dias úteis, resultado que também foi influenciado pela "exportação" de uma plataforma para extração de petróleo, no valor de US$ 690mi, pela Petrobrás.
- Uma comissão da Câmara de SP, que é dominada pelos petistas, rejeitou um pedido de impeachment de Fernando Haddad por ele ter dialogado com traficantes para remover uma favela na Cracolândia.
PAZ, amor e bons negócios;
Alfredo Sequeira Filho
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