R.B.
"Uma questão de coragem"
São Paulo, 28 de maio de 2014 (QUARTA-FEIRA).
Mercados e Economia:
Hoje (1) a BOVESPA deve subir, tentando uma recuperação após fechar o pregão anterior no menor patamar desde 30/ABR/14 (aos 52.172pts), diante do bom desempenho das demais bolsas mundiais e da expectativa de fim do ciclo de alta da Selic, a ser confirmado após o fechamento do pregão, e (2) o DÓLAR pode cair, devolvendo parte da forte alta registrada no pregão anterior, seguindo o fluxo positivo de recursos externos oriundos de exportações, captações e ‘’investimentos’’.
Ontem, no BRASIL, (1) a BOVESPA caiu -1,4%, revertendo uma abertura positiva, na qual chegou a avançar 0,5%, influenciada pela forte desvalorização das ações de estatais e empresas do setor elétrico, diante dos ‘’temores’’ de que Dilma pare de cair nas pesquisas de intenção de voto e (2) o DÓLAR 0,9% à R$ 2,24, influenciado pelo mesmo motivo que levou à queda na Bovespa, na ‘’contramão’’ da tendência internacional da moeda norte-americana e mesmo com os leilões de venda do BC.
Também ontem, nas principais bolsas (1) da ÁSIA, Japão 0,2% e China 0,3%, com poucos negócios, já que no dia anterior foi feriado em NY e em Londres, e com as pequenas altas motivadas por um movimento de cobertura de posições vendidas, (2) da EUROPA, se aproximando dos maiores patamares em 6 anos, Inglaterra 0,4%, França 0,1% e Alemanha 0,5%, impulsionadas por declarações de Mario Draghi, presidente do BC Europeu, indicando novamente que a autoridade monetária da região está preparando medidas adicionais de estímulo econômico e (3) dos EUA, com o S&P batendo mais um recorde histórico de alta, S&P 0,6%, DJ 0,4% e NASDAQ 1,2%, beneficiadas pela divulgação de indicadores econômicos positivos, como o aumento acima do esperado da confiança do consumidor e a expansão do setor de serviços no ritmo mais elevado desde MAR/12.
Hoje, após o fechamento do pregão, será conhecida a decisão do Copom sobre a taxa básica de juros e, após 9 elevações consecutivas, agora a maioria do ‘’mercado aposta’’ que a autoridade monetária brasileira decidirá pela manutenção da Selic em 11%, primeiro por conta dos '‘tímidos’’ sinais de controle da inflação e em segundo lugar para evitar novas notícias negativas para a campanha de reeleição de Dilma.
Defendendo os ‘’setores queridinhos’’ do governo e sem se preocupar em causar mais um rombo nas contas públicas, ontem a presidenta Dilma, em mais uma atitude eleitoreira, anunciou a empresários, que obviamente são os principais doadores de dinheiro para sua campanha à reeleição, que vai autorizar a desoneração permanente da folha de pagamento para todos os setores que já são contemplados pelo benefício, como construção, automotiva, pneumáticos, têxtil, naval, aérea, material elétrico, meios de comunicação, móveis e até brinquedos.
Com o objetivo de aumentar a arrecadação e assim melhorar o desempenho das contas públicas, ontem o Senado, mostrando mais uma vez que no Brasil a sonegação compensa, aprovou a medida provisória que amplia o parcelamento de débitos tributários, conhecido como Refis da crise.
Mostrando que o governo tupiniquim segue insistindo em negociar em bloco, o que obviamente é desvantajoso e mais complexo, o ministro Ronaldo Costa Filho, diretor do Departamento de Negociações Internacionais do Itamaraty, afirmou que a oferta do Mercosul aos europeus para a criação de uma área de livre comércio depende de uma decisão política dos países-membros e ressaltou que na parte técnica, o que podia ser feito foi feito.
- Com a ‘’torneira aberta em ano eleitoral’’, nos 4 primeiros meses deste ano os desembolsos do BNDES somaram R$ 58,8bi, contra R$ 54,4bi em igual período do ano passado.
- ‘’Turbinada’’ com recursos do BNDES, ontem a Pilgrim's Pride, subsidiária da brasileira JBS nos EUA, ofereceu até US$ 6,4bi para comprar a empresa de alimentos processados Hillshire Brands.
- Segundo Osvaldo Pedrosa, presidente da estatal Pré-Sal Petróleo, a área na província de petróleo do pré-sal conhecida como Libra pode ter potencial de, sozinha, aumentar até 56% o total de reservas de gás natural do Brasil.
- O Índice de Confiança do Comércio Brasileiro caiu -4,4% nos 4 primeiros meses deste ano frente ao mesmo período do ano anterior.
- Nos 4 primeiros meses deste ano as vendas reais dos supermercados brasileiros subiram 2,05% em abril ante igual período do ano passado.
Política:
Desafiando o Congresso Nacional, ontem o Tribunal Superior Eleitoral confirmou a mudança no número de deputados federais por estado nas eleições deste ano. A decisão altera a composição das bancadas de 13 estados, o que no final das contas não irá alterar o número total de deputados federais (513).
Ontem, durante um jantar com lideranças, governadores e candidatos do PMDB, a presidenta Dilma, confirmando que se acha ‘’a última bolacha do pacote’’, afirmou que a aliança com o partido, para sua reeleição, garantirá os “ganhos” para a população e que seus adversários representam “retrocesso, recessão e desemprego”.
Em busca de vingança, o PT pretende pressionar a presidenta Dilma a rever, em um eventual segundo mandato, a Lei de Anistia, além de tentar fazer com que o tema seja debatido durante a campanha eleitoral como forma de marcar posição e se diferenciar de seus principais adversários.
Tomando uma medida que começou com a Princesa Isabel, ontem o plenário do Senado finalmente aprovou, por unanimidade, a Proposta de Emenda à Constituição do Trabalho Escravo, que determina a expropriação de imóveis urbanos e rurais onde seja constatada a exploração de trabalho análogo à escravidão.
Engrossando as bases petistas, o deputado federal Paulo Maluf, presidente do PP de SP, ‘’avisou’’ que (1) Dilma será eleita no primeiro turno e (2) na sexta-feira, às 10h, vai formalizar seu apoio do partido à candidatura do petista Alexandre Padilha ao governo do Estado em um ato na Assembleia Legislativa.
Pressionada pelas lideranças petistas, a presidenta Dilma já decidiu que vai encampar, num eventual segundo mandato, a proposta de regulação econômica da mídia.
Crítica:
Se posicionar é ‘’uma questão de coragem’’ e também de honestidade com o leitor. Algo raro no Brasil e comum nos EUA.
O R.B. começou oficialmente apenas em 2002, mas apoiaria com entusiasmo FHC no seu primeiro mandato, talvez já com reticências no segundo.
Em 2002 o R.B. apoiou Lula, muito mais no primeiro do que no segundo mandato.
Em 2010 o R.B. apoiou Marina no primeiro turno e, quiçá por graça Divina, seguiu a orientarão de sua candidata e manteve-se neutro no segundo turno.
Agora em 2014 o RB declara apoio à chapa formada por Eduardo Campos e Marina Silva e os 3 principais motivos, além de acreditar na importância da alternância no poder, são:
1. O foco na educação, algo fundamental para o desenvolvimento do Brasil
2. A ideia de fazer um governo que respeite os adversários, chame todos para contribuir, mas ao mesmo tempo reduza a máquina pública e coloque apenas técnicos competentes nos ministérios e nas agências de regulação.
3. O compromisso com o desenvolvimento sustentável, que dispensa qualquer argumentação e explicação de sua importância estratégica.
PAZ, amor e bons negócios;
Alfredo Sequeira Filho
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