R.B. 25/MAR/13 ‘’Uma façanha hercúlea’’


R.B.

"Uma façanha hercúlea"

 

São Paulo, 25 de março de 2013 (SEGUNDA-FEIRA).


Mercados:

 

HOJE

-    A BOVESPA deve subir, tentando iniciar um movimento de recuperação das perdas acumuladas na semana passada –2,9%, seguindo a valorização internacional das commodities e influenciada positivamente por outros fatores externos como (1) a divulgação de um novo pacote de resgate ao Chipre e (2) a aprovação do orçamento dos EUA.

-    O DÓLAR pode cair, com ''boas chances'' de fechar o dia abaixo dos R$ 2,00, acompanhando a provável melhora do ''humor'' na Bovespa e nas demais bolsas mundiais e também seguindo a trajetória internacional da moeda norte-americana.

 

SEXTA-FEIRA

-    BOVESPA –0,6%, abriu em alta, para na máxima avançar 0,5%, porem passou a cair na parte da tarde, para fechar o pregão no menor patamar desde 26/JUL/12 (aos 55.243pts), pressionada principalmente pelas fortes quedas das ações das empresas de Eike Batista, como OGX (-9,2%), MMX (-8,3%) e LLX (-11,1%).

-    DÓLAR 0,3% à R$ 2,01, já abriu em alta e fechou o dia no maior patamar desde 25/JAN/13, seguindo a trajetória internacional da moeda norte-americana diante do aumento da aversão ao risco entre os investidores, preocupados com as indefinições da crise da dívida do Chipre e de olho na inflação doméstica.

-    Na ÁSIA, realizando lucros recentes, JAPÃO –2,3%%, CORÉIA 0,1% e CHINA –0,2%, prejudicadas pelas expectativas para a ''luta'' do Chipre para encontrar uma solução para a sua crise de financiamento e a divulgação de indicadores econômicos negativos na Alemanha.

-    Na EUROPA, ainda realizando lucros recentes, INGLATERRA –0,1%, FRANÇA –0,1% e ALEMANHA –0,2%, apesar dos investidores estarem relativamente seguros de que um acordo será fechado para resgatar o Chipre, salvando seu sistema bancário e impedindo a intensificação da crise de dívida da zona do euro.

-    Nos EUA, revertendo uma abertura negativa, S&P 0,7%, DJ 0,6% e NASDAQ 0,7%, diante do aumento da possibilidade de ser alcançado um acordo de resgate para o Chipre na União Europeia e da forte alta dos papéis da Nike (11,1%), após a divulgação do seu balanço com números melhores que o esperado.


Economia:

 

Classificado como ''uma façanha hercúlea'', que deve dar início a um período de calmaria relativa nas guerras fiscais de Washington, durante este final de semana o Senado dos EUA aprovou, por uma margem apertada, seu primeiro orçamento federal em 4 anos.

 

Podendo reduzir as tensões na Europa, ontem os representantes da União Europeia, do BC Europeu e do FMI fecharam um "acordo de princípios" com o governo do Chipre para socorrer seu sistema financeiro, com a injeção de 10bi de euros em recursos internacionais.

 

Após informar que a economia brasileira está crescendo a um ritmo de 4% ao ano neste primeiro trimestre, Tombini, presidente do BC, afirmou que está preocupado com o "nível e resistência da inflação" nos últimos meses, porem, indicando que a taxa básica de juros não deve subir na reunião do Copom de ABR/13, ressaltou que só a comunicação da preocupação ao mercado já está surtindo efeito.

 

Preparando-se para ''dar o bote'', o banqueiro André Esteves, que está à frente da operação lançada dias atrás para tentar resgatar o grupo EBX da beira do abismo, afirmou que enxerga o futuro nas empresas do grupo X, porem ressaltou que a participação que Eike Batista possui hoje nos negócios que criou, na casa dos 60% a 70%, tende a diminuir para participações menores, de 20% a 30%.

 

Com 1,3 linhas telefônicas para cada um de seus habitantes, em FEV/13 o mercado de telefonia móvel brasileiro atingiu a marca histórica de 263,04 milhões de linhas ativas, o que representa um crescimento de 6,2% na comparação com FEV/12.

 

Apesar de o Brasil colher neste ano uma safra recorde de 185 milhões de toneladas de grãos, os preços dos alimentos foram o principal foco de pressão inflacionária nos últimos 12 meses e, daqui para frente, o comportamento dos preços do tomate, da batata, do arroz e do feijão será o fiel da balança na decisão do BC de aumentar os juros básicos para que a inflação não supere o teto da meta de 6,5% prevista para este ano.

 

Abaixo da média das ''apostas do mercado'', que estavam em 0,54%, a inflação medida pelo IPCA-15, influenciada positivamente pela forte desaceleração no ritmo de aumento de preços do grupo Educação, registrou alta de 0,49% em MAR/13, patamar também inferior aos 0,68% auferidos em FEV/13.

 

-    A Cyrela subiu 3,7%, após divulgar que seu lucro líquido foi de R$ 249,1mi no quarto trimestre de 2012, paramar 37,3% acima do mesmo período de 2011.

-    A OGX caiu -9,2%, a MMX recuou -8,3% e LLX despencou -11,1%, já que, mostrando desconfiança dos investidores com o futuro do grupo EBX, os títulos da dívida das empresas de Eike Batista estão sendo negociados abaixo de 80% de seu valor de face.


Política:

 

Mostrando mais uma vez que a posição vai ter que ''fazer mágica'' para derrotar Dilma nas próximas eleições presidenciais, segundo a ultima pesquisa divulgada a atual presidenta do Brasil tem cerca de 57% das intenções de voto, contra 12% de Marina Silva, 9% de Aécio Neves e 3% de Eduardo Campos.

 

Diante da ''falta de vontade'' do senador mineiro de sair do eixo RJ-Brasília, cerca de 80% dos deputados federais e estaduais paulistas do PSDB resistem em apoiar o nome de Aécio Neves para a disputar a Presidência do Brasil pelo partido em 2014.

 

Dando uma boa oportunidade para Eduardo Campos, governador de Pernambuco e presidente do PSB, ''baixar a bola'' e retornar para a base aliada enquanto pode, hoje Dilma irá a Serra Talhada para inaugurar obras ao lado do referido governador.

 

Causando perdas politicas aos debutados Sandro Mabel, do PMDB de Goiás, e Guilherme Campos, do PSD de SP, que são da ''bancada da bala'', a presidenta Dilma deve vetar no texto final da Medida Provisória 582, que prevê a redução dos encargos sociais sobre a folha de pagamento da indústria de armas e munições.


Crítica:

 

Representando uma enorme contradição em um país que, inclusive constitucionalmente, tem um Estado laico, em cerca de 50% das escolas publicas brasileiras, para passar de ano, os alunos têm que aprender religião, fazer orações ou cantar músicas religiosas.


PAZ, amor e bons negócios;

Alfredo Sequeira Filho


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