R.B. 20/MAR/13 ‘’Caindo no embalo de Mantega’’


R.B.

"Caindo no embalo de Mantega"

 

São Paulo, 20 de março de 2013 (QUARTA-FEIRA).


Mercados:

 

HOJE

-    A BOVESPA pode subir, recuperando as perdas do pregão anterior, influenciada positivamente pela valorização das commodities e pela leve melhora do ''humor'' nas bolsas da Europa, diante do ajuste da dimensão dos problemas no Chipre.

-    O DÓLAR deve voltar a cair, seguindo a provável melhora do ''humor'' na Bovespa, acompanhando a trajetória internacional da moeda norte-americana e também influenciado pelos sinais de que até o ''suporte'' dos R$ 1,95 o BC se manterá fora da ponta compradora.

 

ONTEM

-    BOVESPA –1,1% (aos 56.361pts), abriu em leve alta, para na máxima avançar 0,1%, porem logo passou a cair, seguindo a manutenção do ''humor negativo'' nas bolsas da Europa e pressionada principalmente pelo forte recuo das ações da Vale (-3,9%).

-    DÓLAR –0,2% à R$ 1,98, já abriu em queda e, interrompendo uma sequencia de 6 altas consecutivas, manteve a trajetória descendente ao longo de todo pregão, alheio a trajetória internacional de valorização da moeda norte-americana, já que o Parlamento do Chipre rejeitou a proposta de uma taxa sobre os depósitos bancários no país.

-    Na ÁSIA, recuperando uma boa parte das fortes perdas do pregão anterior, JAPÃO 2,0%, CORÉIA 0,5% e CHINA 0,8%, com os investidores esperando a votação parlamentar no Chipre sobre um crucial plano de resgate para evitar a bancarrota.

-    Na EUROPA, em queda pelo segundo pregão consecutivo, INGLATERRA –0,3%, FRANÇA –1,3% e ALEMANHA –0,8%, com investidores assustados com a possibilidade, confirmada após o fechamento dos mercados, de o Chipre rejeitar o resgate de R$ 26bi, o que pode levar a um colapso bancário e a desdobramentos imprevisíveis para o restante da zona do euro.

-    Nos EUA, em queda pelo terceiro pregão consecutivo, S&P –0,2%, DJ –0,1% e NASDAQ –0,3%, prejudicadas pela rejeição dos parlamentares do Chipre à proposta de imposto sobre depósitos bancários e com destaques de queda para os papéis do setor energético, como PHLX (-2,1%), Schlumberger (-3,9%) e Halliburton (-2,7%), após um recuo nos preços do petróleo e perdas em companhias de serviços da commodity.


Economia:

 

''Caindo no embalo de Mantega'', o que aliás pode ser seu principal ''calcanhar de Aquiles'', Dilma afirmou ontem que, mesmo depois do "pibinho" registrado em 2012 e da persistência da inflação num patamar mais elevado do que o governo gostaria, está otimista em relação ao crescimento econômico brasileiro para este ano, ressaltando que ''aposta'' nos efeitos positivos de medidas já adotadas como a redução da taxa de juros, o reposicionamento da taxa de câmbio, os financiamentos do governo federal para investimentos e a desoneração da folha de pagamento de 42 setores.

 

Tentando acalmar os mercados, Jean-Claude Trichet, ex-presidente do BC Europeu, afirmou ontem que não há risco de um contágio mais amplo da crise bancária do Chipre, ressaltando que a Europa está pronta para ajudar o referido país a socorrer seus bancos, cujos balanços são 7 vezes maiores do que o PIB do país.

 

Ciente de que a inflação brasileira não vai recuar apenas ''na base do gogó'', o governo Dilma já está 90% convencido de que será necessário um aumento na taxa básica de juros neste ano, porem a alta não virá no tempo do mercado, mas no do BC, indicando que a Selic pode subir na reunião de MAI/13 do Copom, e não na próxima, em ABR/13.

 

Diante da redução das dívidas dos consumidores brasileiros nos últimos meses, em FEV/13 o percentual de cheques devolvidos por falta de fundos ficou em 1,9%, patamar inferior ao registrado em JAN/13 (2,0%).

 

Como ''fruto amargo'' da falta de infraestrutura dos portos brasileiros, o grupo Sunrise, que é a maior comercializadora chinesa de soja, ''avisou'' que irá cancelar a compra de quase 2 milhões de toneladas do produto devido ao atraso provocado pelas filas, em terra e no mar, no porto de Santos.

 

Conforme já se esperava, a morte de Chávez, o ditador da Venezuela, atrasou mais uma vez a assinatura de um acordo entre a Petrobras e a petroleira venezuelana PDVSA para a construção da refinaria Abreu e Lima, no litoral sul de Pernambuco, que por sua vez já tem mais de 70% do projeto concluído e nunca recebeu 1 centavo da estatal venezuelana.

 

Ressaltando, em meio à crítica de analistas sobre os custos maiores de contratar bens e serviços prioritariamente no Brasil, que em alguns itens a indústria tupiniquim não tem condições de suprir à demanda de modo competitivo, Graça Foster, a presidente da Petrobras, afirmou que a principal meta da companhia é "sempre buscar preços internacionais" como parâmetro.

 

-    A Vale caiu –3,9%, após o banco americano Goldman Sachs reduzir suas ''apostas'' para o preço do minério de ferro de US$ 144 para US$ 139 a tonelada em 2013, de US$ 126 para US$ 115 em 2014 e de US$ 90 para US$ 80 em 2015.


Política:

 

Mostrando mais uma vez para a oposição que será muito difícil derrotar Dilma nas eleições presidenciais de 2014, segundo uma pesquisa divulgada ontem o governo da presidenta petista tem atualmente a aprovação de 79% da população brasileira, contra 78% na pesquisa anterior.

 

Como a forma de governar de Dilma é aprovada por 85% dos nordestinos, contra 80% do levantamento anterior, Eduardo Campos, governador de Pernambuco e presidente do PSB, deve, se tiver um pouco de juízo, reduzir suas expectativas de se lançar ao planalto em 2014 e trabalhar discretamente e ativamente para retornar ''pianinho'' para a base aliada.

 

A proposta que garante aos trabalhadores domésticos 17 novos direitos, de forma a igualar a realidade desses trabalhadores com a dos demais empregados, foi aprovada ontem por unanimidade em primeiro turno, em votação no plenário do Senado.


Crítica:

 

Já como reflexo das novas diretrizes que o Papa Francisco deve implementar na Igreja Católica, ontem o líder da influente Igreja Ortodoxa do Chipre, o arcebispo Chrysostomos II, disse que vai colocar os recursos da Igreja à disposição do país para ajudar a retirá-lo da crise financeira.

 

Mostrando a enorme força do lobistas que defendem as fabricas de armas, o fim do comércio de armas semiautomáticas, um dos principais pontos defendidos pelo presidente Obama em seu plano para o controle de armamento nos EUA, não será levado ao Senado do país no mês que vem e pode ser arquivado.


PAZ, amor e bons negócios;

Alfredo Sequeira Filho


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