R.B.
"O dinheiro compra tudo"
São Paulo, 1 de agosto de 2012 (QUARTA-FEIRA).
HOJE
- A BOVESPA deve subir, tentando recuperar as perdas ainda acumuladas no ano (-1,1%) e acompanhando a melhora do ''humor'' na demais bolsas mundiais diante das ''apostas'' de novas medidas de estimulo econômico, tanto no Brasil como nos EUA e na Europa.
- O DÓLAR pode cair, em um ''ajuste técnico'' após 3 pregões consecutivos de alta, tentando devolver parte da alta acumulada no ano (9,7%) e nos últimos 12 meses (32,0%) diante do fim da liquidação dos contratos de swap cambial que o BC não rolou.
ONTEM
- BOVESPA -2.0% (3,2% no mês de JUL/12), abriu ''de lado'', para na máxima avançar 0,1%, porem logo passou a cair, realizando uma parte dos lucros recentes diante do recuo das commodities e da divulgação de números positivos da economia norte-americana, que em tese reduzem as chances de um novo pacote de estímulos.
- DÓLAR 0,6% à R$ 2,05, já abriu em alta e, acompanhando a trajetória internacional da moeda norte-americana, manteve-se em território positivo ao longo de todo pregão, para fechar o mês de JUL/12 acumulando uma alta de 2%.
- Na ÁSIA, acompanhando o bom desempenho das demais bolsas mundiais no dia anterior, JAPÃO 0,7%, CORÉIA 2,0% e CHINA 0,3%, em meio a esperanças de mais estímulo do BC Europeu e do Fed (''BC'' dos EUA), que fazem suas reuniões nesta semana.
- Na EUROPA, realizando parte dos lucros dos pregões anteriores, INGLATERRA -1,0%, FRANÇA -0,9% e ALEMANHA -0,1%, atingidas por fracos resultados trimestrais de bancos e por novas dúvidas sobre a definição de medidas concretas do BC Europeu para conter a crise da dívida soberana no continente.
- Nos EUA, com investidores à espera da divulgação de pronunciamentos do Fed (BC local) sobre uma possível nova rodada de estímulos, S&P -0,4%, DJ -0,5% e NASDAQ -0,2%, com destaque negativo para as ações do Facebook (-6,2%), que fechou no menor valor desde que começaram a ser negociadas, em 18/MAI/12, registrando agora uma retração de -43% no período.
Apesar de ressaltar que os riscos de uma crise generalizada no sistema financeiro brasileiro são baixos e que o país está bem blindado, caso as condições domésticas e globais não se agravem significativamente, ontem o FMI recomendou ao Brasil o aperfeiçoamento dos mecanismos de avaliação de crédito no mercado financeiro, tornando mais acessíveis as informações sobre tomadores de empréstimos para conter a crescente inadimplência.
Após o anuncio de uma piora das contas públicas no primeiro semestre deste ano, quando o governo central economizou -14,1% a menos do que no mesmo período de 2011, Arno Augustin, o secretário do Tesouro Nacional, ''garantiu'' que a meta de superávit primário deste ano será cumprida ''com tranqüilidade'', ressaltando que o governo elevou o repasse de dividendos das estatais para compensar o crescimento menor das receitas no ano e que a prioridade do governo é destinar recursos para estimular o crescimento econômico e a geração de empregos.
Segundo Fernando Pimentel, ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, as medidas econômicas lançadas pelo governo para enfrentar os efeitos da crise econômica internacional podem demorar para fazer efeito, porem o governo Dilma está otimista para a retomada do crescimento do país no segundo semestre deste ano.
Acreditando que a venda de veículos deve bater recorde em JUL/12, com 360 mil unidades vendidas, Mantega, ministro da Fazenda, afirmou ontem que o governo não pretende prorrogar a redução do IPI para carros e ressaltou que o programa de estímulo foi muito bem sucedido.
Dando 2 sinais positivos e 1 sinal negativo da economia brasileira (1) em JUN/12 o uso de internet banda larga residencial cresceu 91% na comparação com JUN/11, (2) o Indicador de Nível de Atividade, que mede o comportamento da indústria paulista, subiu 0,7% em JUN/12 em relação a MAI/12 e (3) o Índice de Confiança de Serviços caiu pelo quatro mês consecutivo ao recuar -2,1% em JUL/12 na comparação com JUN/12.
- A Petrobras caiu -4,0%, realizando parte dos lucros acumulados nos últimos 5 pregões (7,1%) e com o mercado à espera do resultado trimestral da estatal na sexta-feira.
- A TIM caiu -5,8%, após ter reportado lucro do segundo trimestre abaixo das expectativas.
- A Usiminas saltou 5,3%, depois que anunciou prejuízo trimestral menor que o esperado pelo mercado.
- A Ambev caiu -2,3%, mesmo após anunciar que no segundo semestre deste ano seu lucro líquido (R$ 1,9bi) foi 5,4% maior que no mesmo período do ano anterior.
Alfredo Sequeira Filho