R.B.
"Solução milagrosa"
São Paulo, 19 de junho de 2012 (TERÇA-FEIRA).
HOJE
- A BOVESPA deve seguir em alta, mesmo após fechar o pregão anterior no maior patamar em 4 semanas (aos 56.195pts), acompanhando a gradativa melhora do ''humor'' nas demais bolsas mundiais e beneficiada pelo baixo patamar da taxa de juros no Brasil (8,0%).
- O DÓLAR pode cair, acompanhando (1) a provável melhora do ''humor'' na Bovespa, (2) a trajetória internacional da moeda norte-americana e (3) o fluxo positivo de recursos externos oriundos de exportações e captações.
ONTEM
- BOVESPA 0,2%, abriu em queda, para na mínima recuar -1,0%, porem passou a subir ainda na parte da manhã, para na máxima avançar 0,8%, com bom volume de negócios (R$ 11,6bi) e sustentada pelo bom desempenho das ações da Vale (0,8%) e da Petrobras (1,9%), que aliás foram os principais alvos do vencimento de opções.
- DÓLAR 0,6% à R$ 2,06, já abriu em queda e, após 2 pregões seguidos de baixas, manteve a trajetória ascendente ao longo de todo pregão, acompanhando o movimento internacional da moeda norte-americana.
- Na ÁSIA, ''comemorando'' a vitória do partido favorável ao euro nas eleições da Grécia, JAPÃO 1,8%, CORÉIA 0,6% e CHINA 0,4%, com destaques de alta para as ações de empresas exportadoras.
- Na EUROPA, sem uma tendência única, INGLATERRA 0,2% e ALEMANHA 0,3%, ''comemorando'' a vitória do partido favorável ao euro nas eleições da Grécia, porem FRANÇA -0,7% diante das tensões causadas pelo forte aumento dos juros pagos para a rolagem dos títulos das dívidas soberanas da Espanha e da Itália.
- Nos EUA, também sem uma tendência única, S&P 0,1%, DJ -0,2% e NASDAQ 0,8%, divididas entre as fortes incertezas macroeconômicas dos 2 lados do Atlântico e um setor tecnológico que recupera o vigor.
Reunidos no México com o ''sonho'' de tentar achar uma ''solução milagrosa'' para a Europa que seja diferente de trabalhar mais e gastar menos, os líderes do G-20, que é o grupo que reúne as principais economias do mundo, devem confirmar que farão novos empréstimos ao FMI para combater a crise, o que apenas colocará ''mais sujeira debaixo do tapete''.
Mostrando que o Copom pode seguir cortando a taxa básica de juros, diante da manutenção da instabilidade da economia mundial, o ''mercado'' reduziu, (1) pela sexta semana consecutiva, suas ''apostas'' para o PIB deste ano, desta vez de 2,53% para 2,30% e (2) pela quarta semana consecutiva, a sua projeção para o IPCA de 2012, desta vez de 5,03% para 5,00%.
Confirmando que é nos momentos de crise que aparecem boas oportunidades de investimento, 18 das 63 empresas que compõem o Ibovespa, como Petrobrás e Usiminas, estão sendo negociadas com valor de mercado menor que o patrimônio líquido destas empresas.
''Apostando'' no Brasil, a empresa alemã Siemens confirmou ontem que investirá US$ 60mi para construir em MG sua primeira fábrica de motores na América Latina, que ficará pronta no final de 2013 e que produzirá motores de alta eficiência para diversos segmentos da indústria, como óleo e gás.
Dando mais um importante sinal de controle da inflação, o IPC registrou 0,25% na segunda quadrissemana de JUN/12, número que representa uma desaceleração em relação à primeira prévia do mês, quando apresentou 0,28%, e que ficou abaixo das ''apostas do mercado'' (0,28%).
- A TAM subiu 6,8%, diante do anuncio de que o novo leilão para troca de ações da área brasileira com a chilena LAN deve ocorrer na próxima sexta-feira.
- A Redecard avançou 5,2%, após o laudo de avaliação feito pelo Credit Suisse ter apurado valor econômico entre R$ 34,66 e R$ 38,12 para o papel, no âmbito da oferta pública de ações da companhia.
- A BM&FBovespa recuou -3,1%, após a divulgação pela CVM de um estudo indicando que há espaço para a entrada de concorrentes no mercado de Bolsa de valores no Brasil.
- A Usiminas caiu -5,5%, diante de ''rumores'' de que a companhia deve fazer oferta de ações para aumentar capital, diante de pesados investimentos em mineração em momento de fraca geração de caixa.
Política:
Alfredo Sequeira Filho