R.B.
"Lição de humanidade"
São Paulo, 15 de maio de 2012 (TERÇA-FEIRA).
HOJE
- A BOVESPA deve subir, tentando um repique após fechar o pregão anterior com a maior queda percentual desde 22/SET/11, acompanhando a leve melhora do ''humor'' nas demais bolsas mundiais.
- O DÓLAR pode cair, também em um ''ajuste técnico'' após a forte alta de ontem, influenciado pela provável atuação na ponta vendedora por parte dos exportadores, que devem aproveitar o elevado patamar da moeda norte-americana.
ONTEM
- BOVESPA -3,2%, já abriu em queda e, contaminada pelas incertezas externas, principalmente na Grécia e na China, manteve a trajetória descendente ao longo de todo pregão, para fechar o pregão no menor patamar do dia e também no menor patamar do ano (aos 57.539pts).
- DÓLAR 1,8% à R$ 1,99, já abriu em queda e, também acompanhando a forte piora do cenário externo, manteve a trajetória ascendente ao longo de todo pregão, para fechar o dia no maior patamar desde 13/JUL/11.
- Na ÁSIA, iniciando um movimento de perdas que se estendeu para as demais bolsas mundiais, JAPÃO -0,2%, CORÉIA -0,3% e CHINA -0,6%, também prejudicadas pela estratégia, considerada tardia, da China de afrouxar políticas monetárias.
- Na EUROPA, recuando para os menores patamares dos últimos 4,5 meses, INGLATERRA -2,0%, FRANÇA -2,3% e ALEMANHA -1,9%, após negociações para formação de um governo grego fracassarem por mais uma vez no fim de semana, o que alimentou as perspectivas de uma saída do país da zona do euro.
- Nos EUA, em baixa pelo quarto pregão nos últimos 5 e atingindo os menores patamares desde FEV/12, S&P -1,1%, DJ -1,0% e NASDAQ -1,1%, prejudicadas pela piora na situação política na zona do euro e pela possibilidade de que a economia chinesa esteja sofrendo uma desaceleração maior do que a prevista.
''Descartando e desdenhando'' eventuais pressões inflacionárias, ontem Mantega, ministro da Fazenda, afirmou que a alta do dólar não preocupa o governo, pois beneficia a economia brasileira, dando mais competitividade ao produtos brasileiros.
Diante da piora do cenário externo, o ''mercado'' (1) reduziu, de 8,5% para 8,0%, suas ''apostas'' para a Selic no final deste ano, (2) diminuiu, de 3,23% para 3,20%, suas ''apostas'' para o crescimento do PIB brasileiro em 2012 e (3) aumentou, de 5,12% para 5,22, suas estimativas para o IPCA deste ano.
Evitando uma temida recessão, a Alemanha, que ao que tudo indica é o único país sério da zona do Euro, anunciou hoje pela manhã que sua economia cresceu 0,5% no primeiro trimestre deste ano, impulsionada pelo comércio exterior e pela demanda interna, que compensaram a redução nos investimentos.
Elevando os temores mundiais, ontem a agência de classificação de risco Fitch anunciou provavelmente fará um rebaixamento da sua ''nota'' para a dívida soberana da China no próximo ano devido aos problemas de dívidas do setor bancário e dos governos locais do país.
Para se aproveitar do elevado patamar do dólar, como a colheita de soja está praticamente encerrada no Brasil, os exportadores da referida oleaginosa estão acelerando o ritmo dos embarques, com isto na semana passada os embarques cresceram 20% em relação à semana anterior.
Prejudicadas pela forte alta do dólar e pela alíquota adicional do IPI incidente sobre as unidades estrangeiras, em ABR/12 as vendas de veículos importados de marcas sem fábrica no país caíram -28,1% na comparação com ABR/11.
''Estimulado'' pela concorrência dos bancos públicos, ontem o Santander Brasil anunciou a redução das taxas de juros de seus empréstimos, como o do crédito rotativo do cartão de crédito, de 14,49% para 9,90% mensais, a as taxas de administração de 3 fundos de investimentos, como o Extra Plus DI de 3,00% para 2,00% ao ano.
''Apostando'' no crescimento da renda e no bom desempenho da economia interna brasileira, ontem a Brasil Foods anunciou que fará um investimento de R$ 4mi na construção e instalação de um entreposto de coleta e resfriamento de leite, para reforçar sua produção dos queijos.
- A
Petrobras caiu -2,2%, prejudicada pelo recuo de -1,1% do contrato de petróleo com vencimento em JUN/12.- A Vale recuou -1,7%, acompanhando as baixas nos contratos futuros de metais básicos negociados na London Metal Exchange.
Alfredo Sequeira Filho