R.B.
"Não é muita coisa"
São Paulo, 17 de maio de 2011 (TERÇA-FEIRA).
HOJE
- A BOVESPA deve subir, tentando uma recuperação após as fortes perdas recentes, em um movimento de ''caça'' de barganhas diante (1) dos sinais de controle da inflação e (2) da ligeira melhora do ''humor'' nos mercados externos.
- O DÓLAR pode voltar a cair, com ''boas chances'' de fechar o mês abaixo dos R$ 1,60, influenciado pelo ainda ''crescente e constante'' fluxo positivo de recursos externos, principalmente diante do elevado patamar da taxa real de juros da economia brasileira (cerca de 6,2%).
ONTEM
- BOVESPA –0,6%, já abriu em queda e, apesar de chegar a avançar 0,9% na máxima do dia, logo voltou a cair, para fechar no menor patamar desde 16/JUL/10 (aos 62.829pts), diante do estresse com o escândalo envolvendo o ''número 1" do FMI, que aliás veio em um momento chave para as negociações da renovação da ajuda financeira à Grécia.
- DÓLAR -0,1% à R$ 1,63, abriu em alta, para na máxima atingir R$ 1,65, porem passou a perder ''força'' na parte da tarde, com baixo volume de negócios, diante do bom resultado da balança comercial brasileira.
- Na ÁSIA, já afetadas pela prisão do ''numero 1'' do FMI, JAPÃO -0,9%, a terceira baixa consecutiva, diante da revelação de novos danos no complexo de reatores da usina Fukushima, CHINA-0,8%, com destaques de queda para grandes empresas dos setores bancário e de aviação, devido à elevação dos custos de financiamento após o recente aumento na taxa de depósito compulsório e CORÉIA –0,8%, no terceiro pregão seguido de vendas por parte de investidores estrangeiros.
- Na EUROPA, diante das dúvidas sobre o andamento do acordo do FMI com os países do euro após a prisão de Dominique Strauss-Kahn, INGLATERRA –0,1%, FRANÇA –0,7% e ALEMANHA –0,2%, novamente com destaques de queda para as ações de bancos, como Credit Agricole (-1,3%), BNP (-1,0%) e Commerzbank (-3,5%).
- Nos EUA, diante do aumento do ''desconforto'' com a economia norte-americana, S&P –0,6%, DJ –0,4% e NASDAQ –1,6%, também prejudicadas pelo esperado fim do programa de estímulos econômicos do Fed em JUN/11 e o recente colapso nos preços das commodities.
Colocando mais uma vez sua reputação em jogo, o que aliás ''não é muita coisa'', ontem Mantega, ministro da fazenda, ''garantiu'' que (1) não há nenhum relaxamento do governo em relação à inflação, (2) o IPCA de 2011 não superará o topo da meta (6,5%) e (3) há uma nítida tendência de queda nos preços dos combustíveis.
Pela segunda semana consecutiva acreditando que a pressão inflacionária está se reduzindo, o ''mercado'' diminuiu, de 6,33% para 6,31%, suas ''apostas'' para o IPCA deste ano, se afastando um pouco mais do topo da meta do BC (6,5%).
''Apostando'' no Brasil, (1) a japonesa Sumitomo Rubber Industries anunciou que vai investir US$ 346,6mi na construção de uma fábrica de pneus automotivos no Brasil, (2) a empresa coreana SK Telecom anunciou que está interessada em entrar no mercado de telefonia móvel brasileiro, (3) Chen Deming, ministro do Comércio chinês, anunciou que a China vai investir US$ 8bi no Brasil em 2011 e (4)
Podendo indicar apenas uma acomodação devido a forte valorização recente, em MAR/11 as vendas de imóveis novos residenciais na cidade de SP tiveram queda de -61,8% ante o mesmo mês de 2010 e retração de -16,2% na comparação com FEV/11.
Ajudando no controle da inflação, no primeiro bimestre deste ano os desembolsos do BNDES totalizaram R$ 24,9bi, o que representa uma queda de 2% ante o mesmo período de 2010 e trata-se da primeira retração nesta base de comparação registrada desde 2006.
Diante da elevação da taxa de juros e das perspectivas de desaceleração da economia, em ABR/11 quantidade de empresas que demandou crédito teve um queda de -5,1% contra MAR/11 e de -5,3% contra ABR/10.
Confirmando novamente que a inflação está perdendo forças, o IPC da segunda quadrissemana de MAI/11 ficou em 0,56%, abaixo da média das ''apostas do mercado'' (0,59%) e depois de ter registrado alta de 0,64% na primeira prévia do mês.
Contrariando as ''apostas do mercado'' e superando em mais de 2 vezes (106%) o valor acumulado no mesmo período de 2010, até o final da semana passada a balança comercial brasileira apresentava um superávit de US$ 7,5bi no ano.
- A Petrobrás subiu 1,8%, recuperando apenas uma pequena fração das perdas acumuladas nos últimos pregões e ''comemorando'' o resultado recorde apresentado pela petrolífera.
- O Banco Panamericano subiu 1,5%, após anunciar que, pouco tem após ser protagonista de uma dos maiores escândalos financeiros recentes, acumulou um lucro líquido de R$ 76,1mi no primeiro trimestre deste ano.
- A Marfrig caiu -1,5%, mesmo após anunciar que registrou lucro líquido de R$ 25,2mi no primeiro trimestre, ante prejuízo de R$ -52mi no mesmo intervalo do ano passado.
Política:
Alfredo Sequeira Filho