R.B. 13/ABR/11 ''Cobrando as faturas''


R.B.

"Cobrando as faturas"

 

São Paulo, 13 de abril de 2011 (QUARTA-FEIRA).


Mercados:

 

HOJE

-    A BOVESPA deve subir, em um movimento de recuperação após 3 pregões consecutivos de baixa, nos quais aliás recuou -3,3%, seguindo a provável melhora do ''humor'' nas demais bolsas mundiais e a também provável recuperação dos preços das commodities.

-    O DÓLAR pode cair, retornando à sua ''trajetória natural'' após 2 pregões consecutivos de fortes altas, acompanhando a provável melhora do ''humor'' na Bovespa e o ''crescente e constante'' fluxo positivo de recursos externos.

 

ONTEM

-    BOVESPA -1,9%, já abriu em queda e, prejudicada pelo aumento do nível do alerta nuclear no Japão, manteve a trajetória descendente ao longo de todo pregão, também pressionada pelo recuo das commodities, para fechar o dia com a maior baixa percentual em 2 meses.

-    DÓLAR 0,7% à R$ 1,59, já abriu em alta e, acompanhando o ''humor negativo'' na Bovespa, manteve a trajetória ascendente ao longo de todo pregão, para fechar o dia com a maior alta percentual dos últimos 15 dias, também pressionado pelos leilões de compra do BC.

-    Na ÁSIA, refletindo a decisão do governo japonês de aumentar o nível de alerta nuclear para o patamar mais elevado da escala, JAPÃO -1,7%, CORÉIA -1,6% e CHINA -0,1%, com destaques de queda as ações das companhias ligadas a commodities.

-    Na EUROPA, ampliando ao longo do dia as perdas registradas na abertura, INGLATERRA -1,5%, FRANÇA -1,5% e ALEMANHA -1,4%, prejudicadas pela queda nos preços dos metais e pelo resultado abaixo do esperado da Alcoa, que pesaram particularmente sobre os papéis de mineradoras, como Anglo American (-4,6%), Xstrata (-4,1%) e BHP Billiton (-3,3%).

-    Nos EUA, ainda com baixos volumes de negócios, S&P -0,8%, DJ -0,9% e NASDAQ -1,0%, desta vez prejudicadas pelos ''temores'' de que a baixa nos preços do petróleo possa motivar uma reversão no setor de energia, cujo índice do setor cumulou uma alta de 11,1% no primeiro trimestre deste ano.


Economia:
 
Indicando que, alem do apoio do ''mercado'', tem vontade de ocupar o lugar de Mantega, Luciano Coutinho, presidente do BNDES, voltou a criticar a política cambial do Brasil, ressaltando que o país precisa fazer mais para impedir o fortalecimento do real, que a valorização da moeda pode causar problemas para a economia e que também fala em nome do 2 outros ministros, Fernando Pimentel, do Desenvolvimento, e Aloizio Mercadante, de Ciência e Tecnologia.
 
Diante da piora do cenário para a inflação, posto que as projeções do ''mercado'' já se aproximam do topo da meta do BC (6,5%), alguns economistas começam a ''apostar'' que a autoridade monetária terá que adotar política mais agressiva no combate à alta de preços, provavelmente estendendo o ciclo de alta da Selic também para o segundo semestre deste ano.
 
Com o objetivo de mudar a qualidade do comércio China/Brasil, que atualmente é quase colonial, com a China exportando bens de valor agregado e o Brasil vendendo bens primários, Dilma termina sua primeira viagem realmente internacional, já que para a Argentina não conta, marcando claramente a diferença de estilo entre ela e seu antecessor, já que pratica uma "diplomacia de resultados" que, ''sem piadinhas ou causos'', termina com a assinatura de 12 acordos e do tradicional comunicado conjunto.
 
Dando novos sinais positivos da economia interna, (1) com previsões para crescer mais de 15% em 2011, o mercado de publicidade no Brasil deve ultrapassar a França neste ano e se tornar o sexto maior do mundo, (2) em FEV/11 os planos de previdência privada aberta tiveram arrecadação de R$ 3,7bi, patamar 29,2% superior ao registrado no mesmo mês do ano passado e (3) no primeiro trimestre deste ano as vendas liquidas do Grupo Pão de Açúcar foram 11,9% maiores que no mesmo período de 2010. 
 
''Animados'' com o baixo patamar do dólar e beneficiados pelo aumento do emprego com carteira assinada e por mais acesso ao crédito, os brasileiros da classe C, que pertencem as famílias com renda entre 3 e 10 salários mínimos, já são metade dos que planejam uma viagem internacional nos próximos 12 meses.

Política:
 
Causando um enorme desconforto entre seus partidários e mostrando mais uma vez que atualmente atrapalha muito mais do que ajuda, FHC afirmou que a oposição deve ter como principal alvo a classe média, deixando de lado o ''povão''.
 
Aumentando o coro daqueles que contrariam Mantega, Sergio Gabriele, presidente da Petrobras, afirmou que, caso o preço do barril de petróleo se mantenha acima dos US$ 100,00, a Petrobras terá que aumentar os preços da gasolina.
 
Fã número 1 de FHC, Serra, ex-governador de SP, foi um dos únicos tucanos a elogiar o artigo do ex-presidente tucano, ressaltando que concorda, "gênero, número e grau'', com o texto e que o mesmo está a altura da inteligência e da experiência do autor.
 
Tentando evitar a perda de mais correligionários para o PSD de Kassab, o PPS entrou ontem com uma ação no Supremo Tribunal Federal contra a regra que permite a transferência para um partido recém-criado.

Crítica:
 
Se juntando ao coro daqueles que vêem o acidente de Fukushima como uma oportunidade de alavancar seus negócios, Eike Batista afirmou ontem que a energia nuclear é "um monstro" e se mostrou contrário à construção da usina nuclear de Angra 3, sem citar obviamente que suas empresas de petróleo, carvão e energia elétrica são concorrentes das usinas nucleares.
 
''Cobrando as faturas'' de seus 8 anos de governo, Lula, após fazer uma palestra remunerada para a Microsoft nos EUA, foi para a Inglaterra, em um vôo fretado, para fazer mais uma palestra remunerada, desta vez para centenas de funcionários da Telefônica.

PAZ, amor e bons negócios;

Alfredo Sequeira Filho


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