R.B. 15/FEV/11 ''Importar trabalhadores''

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R.B.

"Importar trabalhadores"

São Paulo, 15 de fevereiro de 2011 (TERÇA-FEIRA).
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Mercados:

HOJE
- A BOVESPA deve seguir em alta, para fechar em território positivo pelo quarto pregão consecutivo, sustentada pela valorização das commodities e beneficiada pelos bons resultados corporativos de empresas brasileiras.
- O DÓLAR pode cair, retornando à sua ''trajetória natural'' após a ''parada técnica'' de ontem, acompanhando a gradativa melhora do ''humor'' na Bovespa e o ''crescente e constante'' fluxo positivo de recursos externos.

ONTEM
- BOVESPA 1,2%, já abriu em alta e, mesmo com os momentos de baixa da bolsa de NY, manteve a trajetória ascendente ao longo de todo pregão, ''animada'' com o anuncio de um crescimento mais robusto das importações chinesas, que deu impulso para as ações de mineradoras.
- DÓLAR 0,1% à R$ 1,67, já abriu ''de lado'' e, mesmo com a melhora do ''humor'' na Bovespa, manteve a trajetória indefinida ao longo de todo pregão, pressionado pelos leilões de compra do BC, pela elevação do risco-Brasil (1,1%) e seguindo a trajetória internacional da moeda norte-americana.
- Na ÁSIA, ''aliviadas'' com a redução das tensões no Egito, JAPÃO 1,1%, no maior nível de fechamento desde 30/ABR/11, com as exportadoras, como Toyota (2,5%) e Fanuc (3,8%), beneficiadas pela desvalorização da moeda local (o iene) frente ao dólar, CHINA 2,5%, no maior patamar em quase 2 meses, com rumores de que uma inflação de JAN/11 menor do que o esperado irá aliviar as preocupações sobre medidas de aperto monetário no curto prazo e CORÉIA 1,9%, seguindo os ganhos das bolsas chinesas e apoiado nas compras de estrangeiros.
- Na EUROPA, sem uma tendência única, INGLATERRA -0,5%, FRANÇA -0,1% e ALEMANHA 0,3%, pressionadas por dados fracos sobre a produção industrial da zona do euro, mas recebendo suporte de dados comerciais que mostraram um aumento nas importações da China em JAN/11 e que consequentemente beneficiaram os papéis de empresas do segmento de matérias-primas.
- Nos EUA, com os menores volumes de negócios do ano e com pouca volatilidade, S&P 0,2%, DJ -0,1% e NASDAQ 0,3%, sustentadas pela valorização das ações dos setores de energia e commodities, porem com o sentimento de que o rali no mercado pode estar próximo do limite.
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Economia:

Se preparando para a reunião do G-20, que começa na sexta-feira em Paris, Yoshihiko Noda, ministro de Finanças do Japão, afirmou que o FMI deveria adotar medidas contra os crescentes fluxos de capital a nações como China e Brasil que, impulsionados pelas baixas taxas de juros em muitos países desenvolvidos, se traduzem em um aumento da inflação e até desestabilizam suas economias.

Pressionando o Copom a seguir elevando a Selic, o ''mercado'' aumentou pela décima vez consecutiva, desta vez de 5,66% para 5,75%, suas ''apostas'' para o IPCA deste ano, patamar cada vez mais distante do centro da meta do BC (4,5%).

Dando novos sinais positivos da economia interna, (1) em JAN/11 a demanda por lugares em aviões no Brasil cresceu 16,4% sobre o mesmo mês de 2010 e (2) mesmo com o aumento da taxa de juros, em JAN/11 a demanda das empresas por crédito cresceu 0,9% na comparação com JAN/10.

Ajudando a controlar a inflação, porem prejudicando a geração de empregos no Brasil, em 2010, estimulados pela baixa do dólar e pelo aumento da renda do brasileiro, os produtos importados responderam por 21,8% do total dos produtos consumidos no Brasil, o que representa o maior patamar da história e um aumento de 3,5% na comparação com o número de 2009.

Superando em quase 4 vezes o resultado auferido no mesmo período de 2010, até o final da semana passada a balança comercial brasileira acumulava um superávit de US$ 1,4bi, o que representa uma média diária de US$ 46,8mi.
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Política:

Acreditando que vai ganhar, o governo Dilma decidiu que hoje uma comissão geral vai discutir, na Câmara, a política de reajuste do salário mínimo e o valor para 2011 e que amanhã ocorrerá a votação em plenário.

Sem se preocupar em constranger Serra, Alckmin, enquanto revisa os contratos firmados por seu antecessor, ''escalou'' a Corregedoria Geral da Administração para fazer um ''pente-fino'' nos convênios assinados por SP com ONGs e entidades beneficentes para realização de festas e eventos em 2010, durante a gestão de seu ''colega'' tucano.

Após ser enquadrado por Dilma Rousseff, para ser mais afirmativo contra a campanha do presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, por um salário mínimo maior que os R$ 545 do governo, Carlos Lupi, o ministro do Trabalho, busca uma alternativa que amenize o mal-estar criado com o Planalto.

Passíveis de punição, ''como os alunos que colam durante as provas'', ''nobres'' deputados federais enviados em 210 pela Câmara para missões oficiais, como Michel Temer, Henrique Eduardo Alves e Maurício Rands, clonaram de outros membros da comitiva relatórios de prestações de contas das viagens ao exterior.

Com o objetivo de encerrar a crise política com o PMDB, o Palácio do Planalto sinalizou que vai aceitar vários nomes de uma lista entregue pelo partido semana passada, com indicações de derrotados nas últimas eleições para cargos de segundo e terceiro escalões do governo.

Apenas 3 meses depois de ser reeleito em primeiro turno, Cid Gomes, o governador do Ceará, tirou uma semana de férias e viajou para os EUA a bordo de um jato de propriedade do empresário Alexandre Grendene, dono de uma das maiores fábricas de calçados do Brasil, que recebe incentivos fiscais do governo do estado e que doou cerca de R$ 1 milhão para a campanha à reeleição do governador.
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Crítica:

Como fruto de décadas de baixo investimento em educação, a falta de profissionais qualificados na indústria fornecedora de bens e serviços para o setor petrolífero pode não só ameaçar o cronograma de exploração na camada pré-sal como ampliar os riscos para a segurança nas operações e a única saída de curto prazo é ''importar trabalhadores'' para suprir a crescente necessidade do setor.
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PAZ, amor e bons negócios;
Alfredo Sequeira Filho
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