R.B. 9/NOV/10 ''Perigoso precedente''

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R.B.

"Perigoso precedente"

São Paulo, 9 de novembro de 2010 (TERÇA-FEIRA).
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Mercados:

HOJE
- A BOVESPA deve voltar a subir, rumo ao maior patamar da história (73.516pts), ainda influenciada pelas boas perspectivas para a economia brasileira e desta vez também acompanhando a melhora do ''humor'' nas demais bolsas mundiais.
- O DÓLAR pode cair, retornando a sua ''trajetória natural'' após a forte alta do pregão anterior, ainda influenciado pela expectativa de que uma significativa parte da injeção de US$ 600bi prometida pelo BC norte-americano para os próximos meses inunde as economias emergentes.

ONTEM
- BOVESPA 0,1%, abriu em queda, para na mínima recuar -0,6%, seguindo a trajetória descendente das demais bolas mundiais, porem, com volume de negócios (R$ 5,9bi) abaixo da média de OUT/10 (R$ 7,7bi) e pouca volatilidade, recuperou-se no final do pregão, novamente sustentada pelo bom desempenho da Petrobras (1,0%).
- DÓLAR 1,1% à R$ 1,69, já abriu em alta e, seguindo a trajetória internacional da moeda norte-americana, manteve-se em território positivo ao longo de todo pregão, também pressionado pelos leilões de compra do BC e pela elevação do risco-Brasil (2,3%).
- Na ÁSIA, seguindo os ganhos das bolsas de NY na sexta-feira, JAPÃO 1,1%, no maior patamar desde JUL/10, diante das ''apostas'' de que as ações das empresas locais estão defasadas, CORÉIA 0,2%, seguido o fluxo de entrada de capital estrangeiro, parcialmente estimulado pelos dados melhores do que o esperado sobre o mercado de trabalho nos EUA e CHINA 1,0%, lideradas pelas petrolíferas e imobiliárias.
- Na EUROPA, seguindo a realização de lucros das bolsas de NY, INGLATERRA -0,4%, FRANÇA -0,1% e ALEMANHA -0,1%, já que as novas preocupações sobre a dívida da zona do euro provocaram a alta do dólar e prejudicaram os preços das commodities derrubando ações de empresas como Anglo American (-2,4%) e Xstrata (-1,4%).
- Nos EUA, realizando lucros após atingirem as máximas em mais de 2 anos, S&P -0,2%, DJ -0,3% e NASDAQ -0,1%, pressionadas por ações de instituições financeiras e pela valorização do dólar frente outras moedas.
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Economia:

Se preparando para a reunião do G20 em Seul, para a qual aliás levará Dilma, Lula defendeu a criação de um mecanismo multilateral para fiscalizar a alavancagem do sistema financeiro mundial e evitar especulações como aconteceu no mercado imobiliário norte-americano em 2008.

''Preocupados'' com os sinais de que Meirelles não ficará no BC no governo de Dilma, os ''xerifes'' das finanças internacionais querem saber até que ponto o governo da petista permitirá que a autoridade monetária atue de forma realmente independente.

Dando uma boa ''dica'' para Dilma, que segundo rumores tirará Meirelles do BC para reduzir a Selic, segundo uma inédita do BC feita com analistas do mercado financeiro, um aumento de 1% dos superávit primário, que é a economia para pagar os juros da dívida, do setor público possibilitaria uma redução de 1% ponto na taxa básica de juros, que está hoje em 10,75% ao ano.

Diante do bom desempenho da economia interna, que ao que tudo indica deve crescer mais de 7,5% este ano, o ''mercado'' elevou, de 5,29% para 5,31%, suas ''apostas'' para o IPCA deste ano, se afastando cada vez mais do centro da meta do BC (4,5%).

Apresentando novos sinais positivos da economia interna, (1) nos 10 primeiros meses deste ano a produção de veículos no país cresceu 15,3% na comparação com o mesmo período em 2009, atingindo a fabricação de 3,043 milhões de unidades e batendo mais um recorde histórico, (2) em OUT/10 o Índice Nacional de Confiança ficou em 152pts, ante 136pts em OUT/09 e (3) nos 10 primeiros meses deste ano as operações no mercado de capitais nacional somam R$ 214,6bi, uma alta de 145% em relação ao mesmo período de 2009, puxada principalmente pela megaoferta de ações de R$ 120,2bi realizada em SET/10 pela Petrobrás.

Com um superávit médio diário de US$ 71mi em 2010, o que representa um recuo de -32,7% na comparação com o mesmo período de 2009, até o final da semana passada a balança comercial brasileira acumulava um saldo positivo de US$ 15,0bi.
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Política:

Na ''contra-mão'' do que recomendou Aécio, que quer uma oposição responsável e ''sem magoas'', parlamentares do PSDB e do PPS já articulam para tentar elevar o salário mínimo para R$ 600, como defendido pelo candidato derrotado à Presidência José Serra.

Saindo das ultimas eleições como o maior líder do PSB, Eduardo Campos, que foi reeleito governador em Pernambuco com uma votação recorde, afirmou que o crescimento econômico da região Nordeste se deu a partir da renovação política que ocorre desde 2006, com a eleição de novas forças, no seu estado, na Bahia, em Sergipe, no Ceará e em Alagoas.

Segundo definições de Dilma, a presidente eleita, a prioridade da fase de transição é evitar a aprovação de um Orçamento que gere um rombo nas contas públicas no seu primeiro ano de governo, ressaltando que, se for preciso, a votação do projeto orçamentário pode ficar para o novo Congresso, em FEV/11.

Com o objetivo de ampliar a participação feminina no governo federal, Dilma estabeleceu, durante uma reunião com Lula e com sua equipe de transição, como meta que 1/3 de seu futuro ministério seja ocupado por mulheres.
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Crítica:

Certamente com o objetivo inicial de atingir a Globo e a Veja, porem podendo criar um ''perigoso precedente'', o governo Lula promove, a partir de hoje, um seminário internacional de comunicação eletrônica no qual admitirá a possibilidade de criar uma agência reguladora de conteúdo das mídias.

Para a ''alegria de Lula'', ontem, em uma visita à Índia, Obama, presidente norte-americano, declarou apoio à reivindicação do país de ter um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU, posição que o governo brasileiro também pleiteia.
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PAZ, amor e bons negócios;
Alfredo Sequeira Filho
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