R.B. 23/NOV/10 ''Nossa rígida e imparcial justiça''

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R.B.

"Nossa rígida e imparcial justiça"

São Paulo, 23 de novembro de 2010 (TERÇA-FEIRA).
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Mercados:

HOJE
- A BOVESPA deve subir, tentando uma recuperação após fechar o pregão anterior com a pior queda desde 19/OUT/10, influenciada positivamente pela divulgação de bons resultados corporativos tanto no Brasil como nos EUA.
- O DÓLAR pode cair, retornando à sua ''trajetória natural'' após a alta de ontem, seguindo a provável melhora do ''humor'' na Bovespa e influenciado pela manutenção do fluxo positivo de recursos externos.

ONTEM
- BOVESPA -1,8%, já abriu em queda e, acompanhando as perdas das bolsas de NY, manteve a trajetória descendente ao longo de todo pregão, diante dos temores de que outros países do Velho Continente também necessitem de ajuda e dos ''rumores'' de que Meirelles não será o presidente do BC no governo de Dilma.
- DÓLAR 0,6% à R$ 1,73, já abriu em alta e, seguindo o ''humor'' negativo na Bovespa, manteve a trajetória ascendente ao longo de todo pregão, pressionado pelos leilões de compra do BC e pela elevação do risco-Brasil (2,3%).
- Na ÁSIA, sem uma tendência única, já que estavam divididas entre o alívio pelo acordo da Irlanda com a União Européia e a elevação do depósito compulsório dos bancos da China para um nível recorde, JAPÃO 0,9%, no maior patamar em 5 meses, CORÉIA 0,2% e CHINA -0,1%.
- Na EUROPA, revertendo uma abertura positiva, INGLATERRA -0,9%, FRANÇA -1,1% e ALEMANHA -0,3%, novamente com destaques de queda para as ações de bancos, como Bank of Ireland (-20,1%), Santander (-4,2%) e BBVA (-4,0%), diante de preocupações de que outros países periféricos da zona do euro necessitem ser ajudados como a Irlanda.
- Nos EUA, definindo a trajetória negativa já na abertura, S&P -0,2%, DJ -0,2% e NASDAQ -0,5%, também pressionada por ações de bancos, diante dos ''temores'' de (1) que a crise de dívida na Europa continuará e (1) uma investigação sobre operações envolvendo informações privilegiadas.
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Economia:

Já que tem um ''amor próprio'' ligeiramente maior que seu talento, que aliás é muito grande, Meirelles, presidente do BC, elogiou o próprio desempenho no cargo e afirmou, em tom de despedida, que está "gratificado" com seu trabalho no governo Lula e que a economia precisa de "previsibilidade" para continuar a crescer de forma sustentada.

Com a ''filosofia do pirão pouco o meu primeiro'', Celso Amorim, ministro das Relações Exteriores, justificou ontem as medidas que o Brasil tomou contra a chamada "guerra cambial", como o aumento de 4% a 6% do imposto sobre a entrada de capitais estrangeiros no Brasil determinado no mês passado pelo governo Lula.

Cansado de ser ''quase'' o único a ''bancar'' o crescimento da economia brasileira, Luciano Coutinho, presidente do BNDES, afirmou que o Brasil precisa elevar sua taxa de investimento para garantir um crescimento anual sustentado acima de 5%, ressaltando que o governo prepara medidas para que o setor privado tenha uma participação maior no financiamento de longo prazo já a partir de 2011.

Ainda influenciado pelos sinais de aumento da inflação, o ''mercado'' novamente elevou, desta vez de 5,31% para 5,48%, suas ''apostas'' para o IPCA de 2010 e, de 5,05% para 5,15%, suas ''apostas'' para o mesmo índice só que em 2011.

Mostrando a capacidade tecnológica do Brasil, ontem a companhia aérea TAM realizou o primeiro vôo da América Latina utilizando biocombustível produzido a partir de óleo de pinhão manso, iniciativa que faz parte do projeto de desenvolvimento da cadeia produtiva desse biocombustível de biomassa vegetal, com o objetivo de se criar uma plataforma brasileira de bioquerosene de aviação sustentável.
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Política:

Apesar do ''vaidoso'' Meirelles ter decidido não ficar no BC, Dilma já definiu os integrantes da sua equipe econômica, e deve anunciar os nomes até o final da próxima semana e, ao que tudo indica, nenhum deles será identificado como a marca de sua gestão, pois já estão no atual governo Lula, inclusive o futuro presidente do BC, que deve ser o atual diretor de Normas, Alexandre Tombini, um nome que não causará qualquer temor no ''mercado''.

Como quer fazer ''mais do mesmo e melhor'', Dilma está decidida a manter José Sérgio Gabrielli na Presidência da Petrobras no próximo ano, assim como o diretor-financeiro, Almir Barbassa, decisão que não teria fundamento político, mas sim critério técnico, já que em 2011 se consolidará a operação de capitalização e será votado no Congresso a nova regulamentação para exploração de petróleo no pré-sal, que por sua vez envolve as polemicas mudanças na distribuição dos royalties.

Para não ser ''obrigado'' a entregar a presidência do partido à Serra, que perdeu as eleições e ficou sem emprego, o PSDB irá convidar ex-governador de SP, que aliás arrebanhou consideráveis 43,7 milhões de votos nas eleições presidenciais, para assumir a presidência do Instituto Teotônio Vilela (ITV) de estudos e pesquisas.

Confirmando que ''os ratos são os primeiros a abandonar um barco que vai afundar'', ontem Kassab, prefeito de SP, ''avisou'', em uma reunião com lideranças políticas, que vai deixar o DEM até o início do próximo ano e que seu rumo mais provável é o PMDB.
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Crítica:

Ontem, provando mais uma vez que no Brasil quem tem dinheiro não vai para a cadeia, enquanto os pobres apodrecem nos presídios até por roubarem um saco de bolacha e a policia prende até consumidor que não tem nota fiscal na Rua 25 de Março, a ''badalada e famosa'' empresária Tânia Bulhões, que comprovadamente formou uma quadrilha internacional para cometer fraudes milionárias na importação de artigos de luxo, foi condenada pela ''nossa rígida e imparcial justiça'' a prestar serviços comunitários na área de perfumaria por 4 anos e não pode viajar ao exterior por mais de 10 dias sem autorização judicial durante este período.
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PAZ, amor e bons negócios;
Alfredo Sequeira Filho
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