R.B. 11/NOV/10 "Música doce"

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R.B.

"Música doce"

São Paulo, 11 de novembro de 2010 (QUINTA-FEIRA).
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Mercados:

HOJE
- A BOVESPA deve subir, tentando uma recuperação após 2 pregões consecutivos de baixa, influenciado pela divulgação de bons resultados corporativos e pela provável melhora do ''humor'' nas demais bolsas mundiais.
- O DÓLAR pode cair, retornando à sua ''trajetória natural'' após fechar no maior patamar do mês, influenciado pela provável melhora do ''humor'' na Bovespa e pela manutenção das expectativas de crescimento do fluxo positivo de recursos externos.

ONTEM
- BOVESPA -0,1%, já abriu em queda e, com bom volume de negócios (R$ 7,3bi), manteve-se em território negativo ao longo de ''quase'' todo pregão, já que a espera pelos eventos mais importantes da semana, como a reunião do G-20 e a divulgação de dados econômicos na China, contribuiu para reduzir o apetite por risco dos investidores.
- DÓLAR 0,7% à R$ 1,71, já abriu em alta e, seguindo o ''humor negativo'' na Bovespa, manteve a trajetória ascendente ao longo de todo pregão, também influenciado pelos leilões de compra do BC e pela elevação do risco-Brasil (0,9%).
- Na ÁSIA, sem uma tendência única, JAPÃO 1,4%, no maior patamar em 4,5 meses, puxada pelas ações de bancos, como Mitsubishi UFJ Financial Group (4,2%) e Sumitomo Mitsui Financial Group (5,9%), CHINA -0,6%, pressionada principalmente pelas ações de incorporadoras, em meio às preocupações com a alta da inflação e CORÉIA 1,1%, com os investidores ''animados'' com a liquidez proporcionada pelo último afrouxamento quantitativo do Fed (''BC'' dos EUA).
- Na EUROPA, seguindo a abertura negativa das bolsas de NY, INGLATERRA -1,0%, FRANÇA -1,4% e ALEMANHA -1,0%, também prejudicadas pelo aumento das preocupações sobre os problemas das dívidas soberanas na zona do euro e com destaques de queda para as mineradoras e bancos, como Kazakhmys (-3,8%), Lonmin (-4,6%), Natixis (-12,1%) e Crédit Agricole(-4,6%).
- Nos EUA, revertendo uma abertura negativa, S&P 0,4%, DJ 0,1% e NASDAQ 0,6%, com investidores deixando de lado a incerteza da véspera da reunião do G-20 e apostando em ações que tiveram as maiores perdas da semana, diante da renovação do otimismo de que o rali de final de ano permanece intacto.
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Economia:

Afirmando algo que é como ''musica doce'' aos ouvidos do ''mercado'', Mantega, ministro da Fazenda, ''avisou'', após cruzar o mundo ao lado de Dilma para participar da reunião do G-20, que a partir do próximo ano será possível baixar os juros diante (1) do controle da inflação, (2) do recuo nos gastos públicos e (3) da redução dos subsídios do BNDES.

''Modesto'', como sempre, Lula afirmou, antes de embarcar para a Coréia do Sul para participar da reunião do G-20, que os países ricos podem, e devem, aprender com as medidas adotadas pelo Brasil para sair da crise financeira global, ressaltando que a solução passa pelo aumento do comércio entre os países e pela elevação do consumo e da produção e não pela ''guerra cambial'' através da desvalorização de suas moedas, como tem feito China e EUA.

Cada dia mais desacreditado, Obama, presidente dos EUA, afirmou que o comunicado final da reunião de cúpula do G-20 incluirá mecanismos para promover um crescimento equilibrado e sustentável, porem na verdade as negociações acontecem em um clima de fortes críticas de países como Alemanha, China e Brasil à política norte-americana para o dólar.

Dando novos sinais positivos da economia interna, (1) em SET/10 a produção industrial Brasileira cresceu 6,3% na comparação com SET/10, (2) segundo projeções ANAC em 2010 a demanda interna nos vôos crescerá até 20% na comparação com 2009 e (3) Roque Pellizzaro Junior, presidente da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas, afirmou que no período que antecede o Natal deste ano as vendas devem crescer até 12% na comparação com o mesmo período de 2009.

- Abaixo do resultado apurado no mês anterior (1,10%), porem acima do esperado (0,90%), a inflação medida pelo IGP-DI teve alta de 1,03% em OUT/10.

- A Vivo subiu 3,1%, após anunciar um aumento de 80,9% no seu lucro líquido do terceiro trimestre na comparação com o mesmo período de 2009.
- O PanAmericano caiu -29,5%, após anunciar que Silvio Santos, seu principal acionista, fará um aporte de R$ 2,5bi para cobrir "inconsistências contábeis" da sua diretoria, que aliás era comandada por se cunhado.
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Política:

Dando seqüência a política do ''quanto pior melhor'', o PPS, partido da base da oposição, entrou ontem com uma ação direta de inconstitucionalidade contra a Medida Provisória 511, que deu garantia recursos e subsídio para o empréstimo do BNDES ao trem-bala, alegando que o assunto não tem urgência para ser uma MP.

Enquanto no Brasil Dutra, presidente nacional do PT, se digladia com os presidentes dos partidos para conter o ímpeto dos aliados em busca de mais ministérios, Dilma, a presidente eleita, mostrou-se preocupada, em Seul, em ter ''bons nomes'' para preencher sua equipe por falta de salário atrativo para os ministros, que está defasado em relação ao mercado, o que dificultaria a escalação de seu time.

Como Mantega deve permanecer no ministério da Fazenda, setores do PT já iniciaram um movimento em defesa da escolha do petista Palocci para ministro-chefe da Casa Civil no governo de Dilma.

Como já aprendeu nos 8 anos de governo Lula, o PT se rebelou e passou a defender um rodízio com o PMDB nas presidências da Câmara e do Senado pelos próximos 4 anos, ressaltando que não aceita que o revezamento se restrinja ao comando Câmara, como quer o PMDB.
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Crítica:

Dando uma ''ótima idéia'', que obviamente recebeu criticas da base aliada e da oposição, representantes da Unesco afirmaram que, para evitar interferências políticas, o Congresso Nacional deveria sair do processo de concessão de outorgas de rádio e TV no Brasil, cuja atribuição deveria ser de uma agência reguladora.

Como o peixe morre pela boca, a Anistia Internacional quer que os EUA processem Bush, seu ex-presidente, que afirmou em sua biografia que autorizou o uso de técnicas de afogamento para interrogar terroristas presos.
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PAZ, amor e bons negócios;
Alfredo Sequeira Filho
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