R.B. 23/SET/10 ''Escalado para bater''

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R.B.

"Escalado para bater"

São Paulo, 23 de setembro de 2010 (QUINTA-FEIRA).
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Mercados:

HOJE
- A BOVESPA subir, rumo aos 70.000pts, ''aliviada'' com o fim da oferta publica da Petrobrás, cuja demanda superou a oferta ''com folga'', e com os sinais de que chegou ao fim a recessão nos EUA e na Europa.
- O DÓLAR pode cair, retornando à sua ''trajetória natural'' após a alta de ontem, seguindo a trajetória internacional da moeda norte-americana e também influenciado pelos ''rumores'' de que a capitalização da Petrobrás foi um sucesso.

ONTEM
- BOVESPA 0,9%, abriu em queda, para na mínima recuar -0,5%, porem, apesar das perdas das bolsas de NY e da nova baixa das ações da Petrobrás (-1,4%), logo passou a subir, com bom volume de negócios (R$ 7,4bi) e diante da procura dos investidores por ações da Vale (1,6%) e das demais empresas baseadas em commodities.
- DÓLAR 0,2% à R$ 1,72, abriu em queda, para na mínima atingir R$ 1,70, porem passou a subir na parte da tarde, pressionado pelos leilões de compra do BC e pela "artilharia verbal" do governo, que mais uma vez deu mais detalhes sobre as compras do Fundo Soberano.
- Na ÁSIA, JAPÃO -0,4%, com a valorização da moeda local (o iene) pesando sobre as ações de algumas exportadoras, como Honda (-1,6%) e Canon (-1,2%), CHINA e CORÉIA não tiveram pregão por conta de feriados locais.
- Na EUROPA, diante do retorno dos receios sobre as dívidas soberanas da zona do euro e dos sinais de desaceleração no ritmo do crescimento econômico, INGLATERRA -0,4%, FRANÇA -1,3% e ALEMANHA -1,1%, com destaques de queda para ações de empresas do setor bancário, como Barclays (-1,6%), Lloyds (-1,4%), Commerzbank (1,7%) e Société Générale (-1,7%).
- Nos EUA, após uma jornada relativamente calma, S&P -0,5%, DJ -0,2% e NASDAQ -0,6%, com o mercado assimilando os comentários dúbios do Fed ('BC'' dos EUA), que fez o melhor que pôde para encontrar o equilíbrio entre não assustar sobre a situação econômica e revelar que está pronto para intervir caso seja necessário.
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Economia:

Apresentando uma ótima noticia para o setor produtivo da economia, Nelson Barbosa, secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, ''prometeu'' que a taxa real de juros, que desconta a inflação e que estava em 16% em JAN/03 (início do governo Lula), poderá cair dos atuais 6% ao ano para 2% ao ano até 2014.

Diante do bom momento da economia brasileira, que encoraja o consumo e os investimentos no setor produtivo, o BC elevou, de 20% para 22%, sua previsão para a expansão do crédito em 2010, que aliás segundo a autoridade monetária será liderado pelos bancos públicos.

Apesar da Selic ter subido este ano de 8,75% para 10,75% ao ano, em AGO/10 a taxa de juros para pessoa física, diante do aumento da concorrência e da redução da inadimplência, caiu -0,6% na comparação com JUL/10, atingindo 39,9% ao ano, o que representa o menor patamar da série histórica do BC, iniciada em JUL/94.

Dando novos sinais positivos da economia interna, (1) sem SET/10 a confiança do consumidor brasileiro subiu 0,7% na comparação com AGO/10 e ficou em 121,7pts, atingindo com isto o maior patamar da história e (2) em SET/10 o otimismo dos empresários da indústria ficou em 63,4pts, patamar bem acima da média histórica de 59,5pts e com destaque positivo para os empresários da construção civil, com 64,8pts.

Mesmo abarrotados e necessitando de investimentos em expansão e modernização, os portos públicos e terminais de uso privativo brasileiros movimentaram 182 milhões de toneladas de carga no segundo trimestre de 2010, volume 9,6% superior ao verificado no mesmo período de 2009.

- A Marfrig caiu -0,4%, mesmo após ser autorizada pela Comissão Européia a adquirir a concorrente norte-americana Keystone Foods Intermediate, se tornando assim uma das maiores fornecedoras do McDonald's, além de ampliar seus negócios no mercado asiático.
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Política:

Fazendo os tucanos voltarem a ter esperança em um segundo turno e os petistas ascenderem a luz amarela, segundo a ultima pesquisa divulgada, cujos índices alias oscilaram dentro da margem de erro, Dilma caiu de 51% para 49% (54% dos votos válidos), Serra subiu de 27% para 28% (31% dos votos válidos) e Marina subiu de 11% para 13% (14% dos votos válidos).

''Escalado para bater'' na oposição, principalmente porque com 78% de aprovação ninguém tem coragem de ''bater'' nele, ontem, durante um comício em Curitiba, Lula afirmou que (1) o PSDB promete expandir o Bolsa-Familia, mas passou 8 anos combatendo o programa, (2) os tucanos querem voltar ao poder para continuar o processo de privatizações iniciado no governo FHC e (3) os políticos do DEM são os "donos do engenho".

Mostrando que, mesmo antes de entrar, já abandonou o ''barco de Serra'', o tucano Antonio Anastasia, candidato do PSDB ao governo de MG, afirmou ontem, durante um debate na TV, que o eleitor é "livre" para optar pelo "Dilmasia", voto casado nele e na presidenciável petista Dilma.

Acreditando que está dando certo sua tática de partir para o ''vale tudo'' e para a baixaria, o PSDB divulgou na internet um pacote de comerciais associando Dilma à intolerância e ao extremismo dos chamados "radicais do PT".
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Crítica:

Resistindo, o quanto podem e até quando puderem, em largar a ''vida boa'' às custas do Estado, ontem a França teve mais um dia de greves nos transportes públicos, nos aeroportos e nas escolas em protesto pela reforma do sistema de aposentadoria.

Confirmando que ''o mundo continua machista'', segundo uma pesquisa da Catho os salários entre homens e mulheres, em todos os níveis hierárquicos e em todas as profissões, têm diferenças de até 51%.
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PAZ, amor e bons negócios;
Alfredo Sequeira Filho
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