R.B. 19/MAI/09 ''Capitalismo selvagem''

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R.B.

"Capitalismo selvagem"

São Paulo, 19 de maio de 2009 (TERÇA-FEIRA).
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Mercados:

HOJE
- A BOVESPA deve seguir em alta, com boas chances de fechar acima dos 52.000pts, impulsionada pela valorização das commodities e forte pela crescente entrada de ''investidores'' estrangeiros.
- O DÓLAR pode voltar a cair, rumo aos R$ 2,00, já que, apesar dos leilões de compra do BC, é ''crescente e constante'' o fluxo positivo de recursos externos oriundos de exportações, captações e principalmente ''investimentos''.

ONTEM
- BOVESPA 5,0%, já abriu em alta e, com bom volume de negócios (R$ 7,8bi), manteve a trajetória positiva ao longo de todo pregão, para retornar ao patamar dos 51.000pts e fechar aos 51.463pts, seguindo o movimento ascendente das bolsas de NY e as ''apostas'' de que a pior fase da crise global já passou.
- DÓLAR -1,7% à R$ 2,07, já abriu em queda e, apesar dos leilões de compra do BC, manteve a trajetória descendente ao longo de todo pregão, seguindo a melhora do ''humor'' nas bolsas mundiais e também influenciado pelo forte recuo do risco-Brasil (-3,6%).
- Na ÁSIA, sem uma tendência única, JAPÃO -2,4%, realizando lucros depois dos ganhos da semana passada e vendendo ações de empresas exportadoras, como Sony (-5,8%) e Panasonic (-7,6%), já que a moeda local (o iene) continuou a se valorizar frente ao dólar, CHINA 0,3%, sustentada pela valorização dos papéis de empresas de carvão e de energia, apesar das preocupações com possíveis mudanças na política monetária e CORÉIA -0,4%, pressionada por ações de refinarias de petróleo e seguradoras.
- Na EUROPA, revertendo uma abertura negativa, diante do bom desempenho das bolsas de NY, INGLATERRA 2,2%, FRANÇA 2,4% e ALEMANHA 2,4%, impulsionadas pelo avanço dos papéis de bancos, como Lloyds (9,9%) e HSBC (4,4%), e pelo otimismo com o resultado das eleições gerais indianas, já que a vitória da coalizão levará à adoção de políticas econômicas mais favoráveis ao mercado.
- Nos EUA, recuperando as perdas da semana passada, S&P 3,0%, DJ 2,8% e NASDAQ 3,1%, diante da divulgação de que em MAI/09 o índice de confiança medido entre as empresas de construção teve a maior alta em 8 meses.
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Economia:

Apesar de ainda ''garantir'' que neste segundo trimestre de 2009 a economia brasileira já iniciou um movimento de recuperação, Mantega, ministro da fazenda, finalmente admitiu que o Brasil passou por uma recessão técnica no último trimestre de 2008 e no primeiro trimestre de 2009, ressaltando porem que mantêm suas ''apostas'' de que no último trimestre de 2009 o Brasil estará crescendo de 3% a 4% em relação a igual período do ano passado.

Indicando mais uma vez que ''o Brasil é a bola da vez'', a Chery, maior montadora de carros da China, confirmou, durante a visita oficial de Lula ao país, que instalará uma fábrica no Brasil para a produção de até 150 mil veículos por ano.

Dando mais um ''sólido sinal'' de recuperação da economia interna, em ABR/09, pelo terceiro mês consecutivo, o Ministério do Trabalho registrou geração de vagas com carteira assinada, desta vez foram 106.205, o que representa o melhor resultado desde SET/08.

Como fruto da desaceleração econômica e das políticas de redução de impostos, em ABR/09 a arrecadação federal de impostos foi -8,5% menor que em ABR/08, o que corresponde ao sexto mês consecutivo de recuo na comparação com o mesmo período do ano anterior.

Apresentando mais um motivo que, somado as recentes quedas dos índices de inflação e às mudanças na poupança, deve estimular o Copom a seguir cortando a Selic, o ''mercado'' piorou suas ''apostas'' para o resultado do PIB brasileiro este ano, desta vez de -0,44% para -0,49%.

Confirmando que, mesmo após as recentes reduções da Selic, os preços estão controlados, o IPC da segunda quadrissemana de MAI/09 apontou inflação de 0,34%, resultado idêntico ao da primeira quadrissemana e abaixo das previsões do mercado (0,37%).

Diante do ainda ''atraente'' patamar do dólar para os exportadores e da substancial redução das importações, até a semana passada, com 91 dias úteis no ano, a balança comercial brasileira acumulava um superávit de US$ 7,8bi, valor 34,2% maior que o acumulado no mesmo período de 2008.

Com algumas assinaturas em 1 papel, ontem foi selada a fusão entre Sadia e da Perdigão, que criou a gigante da indústria alimentícia Brasil Foods que, com 119 mil funcionários e 42 fábricas, já nasce como (1) a décima maior empresa de alimentos das Américas, (2) segunda maior indústria alimentícia do Brasil, (3) a maior produtora e exportadora mundial de carnes processadas e (4) terceira maior exportadora brasileira.
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Política:

Dando uma ''resposta mentirosa'', porem à altura de uma oposição que cria CPIs para atormentar a vida do governo e principalmente paralisar os trabalhos legislativos, Paulo Bernardo, ministro do Planejamento, afirmou que o PSDB quer desmoralizar a Petrobrás para, caso assuma a presidência da Republica em 2011, privatiza-la a ''preço de banana'' como fez com a Vale.

Depois de mais uma disputa de bastidores entre PMDB e PT, Lula decidiu nomear a senadora petista Ideli Salvati para a liderança do governo no Congresso, já que o cargo ficou vago com a posse da ex-senadora Roseana Sarney como governadora do Maranhão.

Descartando veementemente uma chapa tucana ''puro sangue'' com Serra nas eleições presidenciais em 2010, Aécio afirmou, durante um evento em sua homenagem promovido pelo PR, que nenhum partido brasileiro pode ser arrogante para acreditar que é capaz de ganhar uma eleição e/ou governar sozinho.

Ciente de que o PSDB abandonou Yeda Crusius à própria sorte, o democrata Paulo Feijó, vice-governador do RS, já ''de olho'' no cargo afirmou que possui e-mails que podem ''comprometer seriamente'' a governadora.
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Crítica:

Dando uma amostra do ''capitalismo selvagem'' norte-americano, segundo uma recente pesquisa os EUA são o único país de 22 com alto índice de desenvolvimento socioeconômico que não garante aos empregados licença ou dias remunerados de doença, ''simplesmente'' porque por lá não existe nenhuma lei que exige isso.
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PAZ, amor e bons negócios;
Alfredo Sequeira Filho
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