R.B.
"Inteligente e sustentável"
São Paulo, 11 de julho de 2012 (QUARTA-FEIRA).
HOJE
- A BOVESPA deve subir, tentando recuperar o patamar dos 54.000pts após 2 pregões consecutivos de fortes quedas, acompanhando a leve melhora do cenário externo e ''apostando'' na redução de -0,5% da taxa de juros na reunião do Copom que acaba hoje.
- O DÓLAR pode cair, também em um ''ajuste técnico'' após 3 pregões consecutivos de alta, acompanhando a trajetória internacional da moeda norte-americana e a provável melhora do ''humor'' na Bovespa.
ONTEM
- BOVESPA -3,0% (aos 53.705pts), abriu ''de lado'', para na máxima avançar 0,3%, porem logo passou a cair, acompanhando as perdas das bolsas de NY e prejudicada pelo recuo das commodities, causado pela forte queda das importações pela China.
- DÓLAR 0,4% à R$ 2,04, já abriu em alta e, acompanhando a trajetória internacional da moeda norte-americana, manteve-se em território positivo ao longo de todo pregão, também influenciado pelas ''apostas'' de queda dos juros na reunião do Copom desta semana.
- Na ÁSIA, revertendo uma abertura positiva, JAPÃO -0,4%, CORÉIA -0,5% e CHINA -0,3%, após dados mostrarem que as importações chinesas desaceleraram -6,3% em JUN/12 ante JUN/11, o que confirma a fraqueza na demanda doméstica na segunda maior economia do mundo em um momento de preocupações com a deterioração das condições da economia global.
- Na EUROPA, revertendo uma abertura negativa, porem com baixos volumes de negócios, INGLATERRA 0,6%, FRANÇA 0,6% e ALEMANHA 0,8%, impulsionados pelas expectativas de que a zona do euro esteja chegando perto de colocar seu fundo de resgate em ação.
- Nos EUA, em queda pelo quarto pregão consecutivo, S&P -0,8%, DJ -0,6% e NASDAQ -1,0%, influenciadas por mais pessimismo em relação a empresas norte-americanas, que começarão a divulgar seus balanços e certamente serão afetadas pela fragilidade da economia mundial.
Economia:
Ontem, durante uma visita à Indonésia, Christine Lagarde, a diretora-gerente do FMI, afirmou que a situação econômica global é preocupante e que a recuperação na maior parte das economias avançadas tem sido morna.
Segundo uma matéria do jornal britânico Financial Times, após uma década de robusto crescimento, o Brasil subitamente se vê obrigado a repensar o seu modelo econômico, já que, com uma indústria pouco competitiva globalmente, principalmente diante dos poucos investimentos em infraestrutura e educação, o país precisa avaliar agora que tipo de economia quer e qual o tamanho do papel que o estado deve ter.
Para se adequar a realidade do mercado, que fala em 2,01%, o governo Dilma se prepara para cortar fortemente a previsão de crescimento do PIB brasileiro deste ano, dos atuais 4,5% para algo em torno de 2,7% a 3%.
Indicando que a forte redução da taxa básica de juros não surtiu o efeito esperado, nos 6 primeiros meses deste ano a demanda por crédito do consumidor teve queda de -7,4% frente ao mesmo período de 2011, o que representa o maior recuo desde o início da série histórica, em 2008.
Como fruto da alta do dólar e da redução do IPI para carros produzidos no Brasil, nos 6 primeiros meses deste ano o volume de veículos importados vendidos no Brasil registrou queda de -21,6% ante o mesmo período de 2011.
Provavelmente seguindo ordem de Edison Lobão, que é maranhense, ontem Graça Foster, presidente da Petrobras, se reuniu com a governadora do Estado do Maranhão, Roseana Sarney, para confirmar a intenção da estatal de construir uma refinaria no Estado.
Pensando de maneira ''inteligente e sustentável'', o governo Dilma, com o objetivo de estimular a produção de etanol e também ajudar a Petrobras a tentar resolver seu problema de caixa, estuda elevar para 25% o teor de álcool misturado à gasolina e ressarcir os produtores por tributos pagos e até zerar algumas cobranças, como de PIS/Cofins.
Dando mais um sinal de controle da inflação, o IPC registrou 0,19% na primeira quadrissemana de JUL/12, número que representa uma desaceleração em relação ao fechamento de JUN/12 (0,23%) e também fica abaixo da média das ''apostas do mercado'' (0,26%).
- A Petrobras caiu -4,2%, prejudicada pelo recuo do petróleo e por declarações do ministro Edison Lobão de que a empresa deve investir R$ 250bi na industria naval nos próximos 5 anos.
- A construtora PDG caiu -10,1%, após reduzir drasticamente suas estimativas de lançamentos alegando a atual conjuntura macroeconômica e seus efeitos no mercado imobiliário.
Alfredo Sequeira Filho