R.B. 5/JAN/16 "Com o pessimismo renovado"


R.B.

"Com o pessimismo renovado"

 

São Paulo, 5 de janeiro de 2016 (TERÇA-FEIRA).


Mercados e Economia:

 

Hoje (1) a BOVESPA deve cair, rumo aos 40.000pts, para fechar em território negativo pelo quinto pregão consecutivo, acompanhando o recuo das commodities e influenciada pelas perspectivas cada dia mais negativas para a economia brasileira e (2) o DÓLAR pode voltar a subir, seguindo a trajetória internacional da moeda norte-americana e a esperada piora do "humor" na bolsa brasileira.

 

Ontem, no BRASIL, (1) a BOVESPA caiu –2,8%, para fechar o dia no menor patamar desde ABR/09 (aos 42.141pts), acompanhando a forte baixa registrada na bolsa da China, diante do recuo do índice de atividade do setor industrial pelo décimo mês consecutivo, e também influenciada pela nova baixa internacional do petróleo, devido ao aumento dos estoques no centro de distribuição em Cushing e (2) o DÓLAR 1,9% à R$ 4.03, para já começar o 1º dia útil do ano acima dos R$ 4,00, acompanhando a esperada piora do "humor" na bolsa brasileira e a valorização internacional da moeda norte-americana.

 

Também ontem, nas principais bolsas (1) da ÁSIA, Japão –3,1%, pressionada pelas perdas das bolsas chinesas e com destaques de queda para as exportadoras Honda (-4,6%), Suzuki (-3,5%) e Toyota (-2,0%) e China –7,0%, prejudicada pela divulgação de que a atividade manufatureira do país recuou pelo 10º mês consecutivo e pela aproximação do fim de uma proibição de vendas a descoberto de ações, imposta em JUL/15, (2) da EUROPA, seguindo as perdas da bolsa chinesa, Inglaterra –2,4%, França –2,5% e Alemanha –4,3%, com destaques de queda para as empresas do setor de mineração, como Glencore (-5,8%) e Rio Tinto (-3,9%), mesmo diante da divulgação de que o PMI industrial da zona do euro atingiu em DEZ/15 o maior nível desde ABR/14 e (3) dos EUA, com o DJ registrando a pior primeira sessão do ano desde 1983, S&P –1,5%, DJ –1,6% e NASDAQ –2,1%, acompanhando as quedas de outros mercados internacionais de ações, em dia marcado pelo crescimento dos temores quanto à economia chinesa e pela intensificação das tensões entre a Arábia Saudita e o Irã.

 

Em mais um texto cheio de criticas ao governo Dilma, o jornal britânico Financial Times está acontecendo rapidamente uma peculiar troca de papéis entre as maiores economias da América do Sul, já que a Argentina, que foi vista por um bom tempo como uma economia pária na região, está fazendo as pazes com o mercado após a eleição de Mauricio Macri e o Brasil, que era o queridinho dos credores globais, está vendo a sua credibilidade despencar, com sua bolsa, seus títulos e sua moeda em uma maré bastante difícil.

 

Começando o ano "com o pessimismo renovado", o "mercado" piorou ainda mais, agora de –2,81% para –2,95%, suas perspectivas para a retração do PIB tupiniquim em 2016, e elevou, de 6,86% para 6,87%, suas "apostas" para a inflação do país neste ano que se inicia, patamar já acima do topo da meta do BC (6,5%).

 

Dando novos sinais negativos da economia brasileira, (1) em NOV/15 o consumo de energia pelas indústrias do país caiu -8,9% na comparação com NOV/14, (2) em 2015 as vendas de veículos no Brasil foram –26,6% menores que em 2014 e (3) cumprindo uma ordem da matriz norte-americana, a rede Walmart anunciou que até o final de JAN/16 vai fechar cerca de 30 lojas no Brasil.

 

Ajudando a pressionar a inflação, além de impostos como IPTU e IPVA, o início de um novo ano no Brasil, os preços dos artigos escolares estão até 35% mais caros que no ano passado, já que são pressionados principalmente pela valorização do dólar ante o real, que atingiu 49% em 2015.

 

Segundo dados oficiais divulgados ontem pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, a balança comercial brasileira fechou 2015 com um superávit de US$ 19,7bi, o que, apesar de ser o melhor resultado anual desde 2011 (US$ 29,8bi), é fruto de uma forte queda nas importações (–24% na comparação com 2014), que por conta da alta do dólar e da retração da economia tupiniquim tiveram os piores números anuais desde 2009, superando o recuo das exportações (-14% na comparação com 2014).


Política:
 
Como já era de se esperar, dirigentes petistas reagiram com irritação à entrevista de Jaques Wagner, ministro  da Casa Civil, que, tentando defender o governo Dilma, afirmou que o PT "se lambuzou" no poder e errou ao não fazer a reforma política e ao "acabar reproduzindo metodologias" antigas da política brasileira.

 

Fechando o cerco em torno do maior bandido da história do Brasil, a Justiça Federal de Brasília arrolou o ex-presidente Lula como testemunha do lobista Alexandre Paes dos Santos, o APS, um dos presos na Operação Zelotes que é acusado de envolvimento na venda de medidas provisórias em benefício do setor automotivo.

 

Insinuando que o governo quer prejudicar as investigações, Carlos Eduardo Miguel Sobral, presidente da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal, afirmou que o corte de R$ 133mi previsto para o orçamento da Polícia Federal em 2016 vai impactar as principais operações do órgão, incluindo a Lava Jato.

 

Usando o publico como se privado fosse, supostamente atuando como presidente do Fundo Social de Solidariedade de SP, a primeira-dama, Lu Alckmin, utilizou apenas no ano passado 132 vezes as aeronaves do governo, o que supera o número de vezes que todos os secretários de Geraldo Alckmin somados desde 2011.


Crítica:
 
Enquanto o Congresso Nacional aprova uma descarada lei anistiando dinheiro não declarado de brasileiros no exterior, a maioria destes recursos provavelmente oriundos de corrupção e trafico de drogas, o governo federal decidiu não renovar a isenção de Imposto de Renda para remessas internacionais de até R$ 20 mil por mês ao exterior destinadas a gastos pessoais ou de dependentes e funcionários, retendo agora na fonte 25% de imposto a partir de 2016.

PAZ, amor e bons negócios;

Alfredo Sequeira Filho


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