R.B. 7/ABR/15 "R$ 35,00, um refrigerante e um pão com mortadela"


R.B.

"R$ 35,00, um refrigerante e um pão com mortadela"

 

São Paulo, 7 de abril de 2015 (TERÇA-FEIRA).


Mercados e Economia:

 

Hoje (1) a BOVESPA deve seguir em alta, para fechar em território positivo pelo quarto pregão consecutivo e ampliar a valorização acumulada no ano (7,5%), acompanhando o desempenho positivo das principais bolsas mundiais e beneficiada pelos "rumores" de que a China vai anunciar novas medidas e estímulo a sua economia e (2) o DÓLAR pode seguir em queda, com "boas chances" de testar o "suporte" dos R$ 3,10, acompanhando o esperado "humor positivo" a Bovespa e o fluxo positivo de recursos externos.

 

Ontem, no BRASIL, (1) a BOVESPA subiu 1,2%, ainda sustentada pelo fluxo comprador do investidor estrangeiro e renovando seu maior patamar desde NOV/14, para fechar o dia aos 53.737pts, também acompanhando a valorização das bolsas dos EUA e das commodities e (2) o DÓLAR caiu –0,1% à R$ 3,12, marcando a quinta sessão seguida em baixa, diante da percepção de início mais tardio para o aumento dos juros nos EUA.

 

Também ontem, nas principais bolsas (1) da ÁSIA, Japão –0,2%, devolvendo parte da alta acumulada na sexta-feira (0,6%), pressionada principalmente pela forte queda das ações da Toshiba (-4,9%), após a companhia anunciar que vai revisar metodologias de contabilidade empregadas em alguns projetos e China permaneceu fechada por conta do feriado de finados, (2) da EUROPA, Inglaterra, França e Alemanha permaneceram fechadas por conta do feriado de Páscoa e (3) dos EUA, com baixo volume de negócios, S&P 0,7%, DJ 0,7% e NASDAQ 0,6%, revertendo a baixa da manhã, já que os investidores deixaram de lado a preocupação com os dados fracos do nível de emprego no país e preferiram focalizar a expectativa de que o Fed ("BC" local) vai demorar mais do que o esperado para começar a elevar as taxas de juros norte-americanas.

 

Cada dia mais pessimista, o "mercado" elevou pela 14ª semana seguida, desta vez de 8,13% para 8,20%, suas "apostas" para a inflação medida pelo IPCA em 2015, patamar cada vez mais distante do topo da meta do BC (6,5%), e reduziu, desta vez de –1,00% para -1,01%, suas expectativas para o desempenho do PIB.

 

Gastando dinheiro para economizar dinheiro, a presidenta Dilma decidiu que vai lançar uma campanha publicitária para explicar à população por que o governo baixou um pacote fiscal, que reduz benefícios trabalhistas e previdenciários e aumenta impostos sobre a folha de pagamento.

 

Principal fiador e também articulador do governo Dilma junto ao Congresso Nacional, Joaquim Levy, Ministro da Fazenda, se reuniu ontem com o senador peemedebista Romero Jucá, que é segundo-vice-presidente do Senado, para apresentar uma "estratégia técnica" para compensar a perda de receita dos Estados com as possíveis mudanças na alíquota do ICMS.

 

Diante da forte alta do dólar frente ao real, que torna os ativos brasileiros mais baratos para os estrangeiros, e da recente percepção de início mais tardio para o aumento dos juros nos EUA, segundo a BM&FBovespa, até sexta-feira passada o saldo anual dos investimentos externos na bolsa brasileira estava positivo em R$ 10,2bi.

 

Como atualmente o país vive um dos piores momentos de instabilidade política e desaquecimento econômico dos últimos anos, o anúncio de que o Brasil será membro-fundador do novo Banco asiático de investimento, que será liderado pela China, causou surpresa e certa estranheza entre especialistas, que duvidam que o país tem "fôlego" para integrar mais uma instituição multilateral.

 

Em um novo relatório divulgado ontem, a agência de classificação de risco Fitch Ratings informa que as notas de risco de 80% dos bancos brasileiros têm perspectiva estável, ressaltando entretanto que é de queda da lucratividade em 2015, principalmente para bancos públicos e de pequeno e médio porte, diante das repercussões da Operação Lava Jato, do fraco crescimento da economia, do aperto fiscal, do aumento do número de setores em dificuldades, do elevado endividamento familiar e dos ricos de aumento do desemprego, da inflação e das taxas de juros.

 

-    Comprovando que 2015 será um ano de recessão econômica, na cidade de SP, que tem o maior mercado consumidor do Brasil, as vendas realizadas na semana da Páscoa caíram -3,7% ante a mesma semana do ano passado.

-    Infelizmente fora do conjunto de prioridades do governo Dilma,  o país aumentou em apenas 3% sua malha metroferroviária no ano de 2014 na comparação com 2015, agregando míseros 31 km às linhas existentes.


Política:
 
Com um recorde histórico de rejeição e dificuldades de controlar sua base aliada, a presidenta Dilma convidou líderes governistas do Congresso para uma reunião hoje, quando pretende colocar Joaquim Levy, seu ministro da Fazenda, para discutir com os "nobres parlamentares" o ajuste fiscal e medidas para retomada do crescimento do país.
 
Provavelmente com o objetivo de esquentar dinheiro frio, João Paulo Cunha, ex-deputado e ex-presidente da Câmara que foi condenado a 6 anos e 4 meses de prisão pelos crimes de corrupção passiva e peculato, lança hoje em Brasília um livro de poemas escrito enquanto ele cumpria pena na penitenciária da Papuda.
 
Contrariando a presidenta Dilma, que afirmou logo após ganhar as eleições de 2014 que o lema de seu segundo mandato seria "Brasil pátria educadora", Renato Ribeiro, novo ministro da Educação, afirmou ontem, durante seu discurso de posse, que sua pasta dará sua contribuição para o ajuste fiscal, "sacrificando excessos".
 
Diante da crise em sua base aliada e da forte queda de sua popularidade, ontem a presidenta Dilma convidou o ministro peemedebista Eliseu Padilha, da Aviação Civil, para assumir a Secretaria de Relações Institucionais, pasta responsável pela articulação política do governo, o que é uma clara tentativa de solucionar a guerra do PMDB com o Planalto e garantir a aprovação das medidas do ajuste fiscal.

Crítica:

 

Acostumados a repetir uma mentira até torna-la verdade, os dirigentes petistas avaliam que as manifestações pelo Fora Dilma convocadas para o próximo domingo não têm atraído tanta atenção como as do mês passado e começam a apostar na redução no número de manifestantes.

 

Possivelmente prometendo "R$ 35,00, um refrigerante e um pão com mortadela" para cada participante (obviamente pagos com recursos públicos e/ou escusos), a CUT, que serve ao PT e é formada por "trabalhadores que não trabalham", espera reunir cerca de 10 mil pessoas no protesto marcado para esta terça-feira em SP e cujo lema, por mais incrível que possa parecer, é a defesa da Petrobrás.


PAZ, amor e bons negócios;

Alfredo Sequeira Filho


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